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Itamar Vieira Júnior leva público ao teatro e emociona em lançamento de novo livro

A literatura de Itamar Vieira Júnior é um ponto fora da curva. Aquele discurso de que ninguém mais lê e que o mercado editorial corre sérios riscos de acabar cai por terra quando o autor baiano é o tema da conversa: não falta gente querendo ler suas histórias, os livros que ele escreve movimentam as pessoas e isso ficou cristalino na noite desta terça-feira (2) pós-feriado quando fãs do escritor disputaram espaço no Teatro Jorge Amado para conferir o evento de lançamento de seu novo livro na capital baiana.

Salvar o Fogo está nas prateleiras físicas e virtuais desde o último dia 24 de abril. Para Salvador, ele e sua equipe fizeram uma première com mediação de Joselia Aguiar e pocket show da cantora Mariene de Castro.

Vencedor de prêmios como Jabuti, LeYa e Oceanos, Itamar Vieira Júnior viu seu nome lançado ao sucesso com o livro Torto Arado. Salvar o Fogo, diz Itamar, é mais uma história que cumpre a função de contar histórias que ele não encontrava nos livros quando era somente um leitor – assim como fez em Torto Arado e credita a isso o sucesso do best seller.

No livro, o leitor é guiado pelos moradores da comunidade fictícia de Tapera do Paraguaçu, constituída por agricultores, pescadores e ceramistas de origem afro-indígena que vivem à sombra do poder da igreja católica e dos humores de seus membros religiosos. 

Em especial, o público acompanha a trajetória de Luzia, seu pai Mundinho e sua vida marcada pelo preconceito e pelas chamas do ódio. “Salvar o fogo nos mostra que os fantasmas do passado de uma família muitas vezes não se distinguem das sombras do próprio país”, conta Itamar.

Apesar de já ser um escritor de sucesso, com livro traduzido para mais de 20 idiomas e uma rotina de que conta com entrevistas, viagens e a própria escrita, Itamar não vive da literatura. Geógrafo de formação, ele é funcionário de carreira do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e tem experiência em andar pelos interiores da Bahia e Maranhão, que são ponto de partida para a criação de suas personagens e as histórias que carregam. A posse da terra é um tema que está dentro do novo trabalho, que integra a trilogia iniciada por Torto Arado. Ele faz mistério sobre o terceiro livro da coleção. 

“Terra e território são elementos vitais para qualquer vida. Humana e não humana. Não pensamos vida sem um território, um chão onde pisar. Não existe vida sem território. A história brasileira ainda é elaborada, mas com um passado tão violento, que excluiu pessoas dessa possibilidade. Vi famílias ameaçadas de despejo e imaginava o que seria de mim ou de qualquer pessoa obrigada a sair de seu lugar”, afirmou.

Itamar acredita que o direito à terra é o mais básico para qualquer ser humano e desdobra-se em todas as vidas, de todas as pessoas. Em Salvar o Fogo, um dos grandes diferenciais foi que Itamar fala da Igreja Católicas não como uma instituição moral, senão como uma das maiores detentoras de pessoas  escravizadas no Brasil e uma das maiores donas de terra no país. Luiza e sua família passam maus bocados com a instituição durante o desenvolvimento do enredo.

Estudante de história, Felipe Azevedo foi um entre os vários nomes presentes no Jorge Amado que conheceu o trabalho de Itamar por conta de Torto Arado. “A expectativa para Salvar o Fogo não podia ser outra que não muito alta. A literatura de Itamar me devolveu a vontade de ler por hobby, por costume, algo que vinha perdendo principalmente depois que entrei na faculdade”, contou na fila para autógrafos, que fazia curva e saía da área interna do teatro e chegava ao Foyer.

Funcionária pública, Marta Santana conheceu Itamar Vieira Júnior graças ao filho, Pedro, que sonha em ser poeta e teve acesso ao livro graças a um trabalho de escola. Para o novo livro do autor, ela conta que a maior expectativa é vê-lo se aprofundar em história com protagonismo feminino. “Gostei do que ouvi falar sobre Luzia e parece uma personagem forte, fascinante. Estou ansiosa para conhecê-la a fundo e gostei que, antes de fazer isso, posso ter contato com a pessoa que criou esse mundo que me encanta tanto”, disse.

Salvar o Fogo conta a história de Moisés, que fica órfão de mãe e mora com a irmã Luzia e seu pai no povoado cujo domínio das terras pertence à Igreja, que ali detém um mosteiro desde o século XVII.

 Os irmãos partiram todos em busca de uma vida melhor, mas Luzia foi obrigada a ficar para cuidar do pai e do menino; estigmatizada pelos seus supostos poderes sobrenaturais, leva no entanto uma vida de profundo sentido religioso, trabalhando como lavadeira do mosteiro e educando Moisés rigidamente com o objetivo de o inscrever na escola dos padres e conseguir para ele a educação que nenhum deles pôde ter. 

A experiência dessa formação marcará o rapaz de tal modo que ele acabará por deixar intempestivamente a casa. Anos mais tarde, depois de um grave acontecimento que é o pretexto para a família toda se reunir, que Moisés reencontra Luzia –já arrependida dos silêncios e magoada pelas mentiras, mas simultaneamente combativa, lutando como nunca contra as injustiças, pela posse da terra dos seus antepassados.

Ficha: Salvar o Fogo

Editora: Todavia

Paginas: 312

Autor: Itamar Vieira Jr

Preço: R$76,90

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