Romário Batista traz para a Câmara dos Deputados 20 telas em preto e branco, com elementos que remetem à xilogravura — técnica tradicional nas ilustrações da literatura de cordel.
Cheia de “brasilidades”, sua obra encontra raízes na pintura indígena com padrões ornamentais geométricos, planos rígidos e figuras posicionadas em espaços desordenados, compondo diferentes cenas em narrativas místicas.
Nesses trabalhos, o artista propõe uma releitura plástica das lendas e causos que o artista ouvia quando criança, na casa dos avós dele, em Itamaraju, extremo sul da Bahia. As histórias de mistérios e assombrações eram contadas pelo tio, que retornava de viagens e alimentava o imaginário do futuro artista.
Anteriormente, esse rico mundo da cultura popular já havia inspirado o artista a realizar a série Seres imaginários, apresentada inclusive na Câmara dos Deputados (em 2014).
Radicado há nove anos na cidade de Vila Velha-ES, o pintor, escultor, desenhista e fotógrafo Romário Batista (Itamaraju-BA, 1975) procura valorizar histórias transmitidas pela oralidade da sabedoria popular.
Seu trabalho visa à preservação da memória, em face das transformações de uma sociedade cada vez mais urbana e modernizada. Com diversas exposições realizadas pelo país, seus quadros têm obtido reconhecimento nacional e internacional.
Por | Câmara dos Deputados