A primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, a Janja, fez uma publicação no X, antigo Twitter, criticando “toda a demora” dos administradores da plataforma em congelar o perfil hackeado. A plataforma, do empresário Elon Musk, só bloqueiou a conta de Janja após uma hora e meia do ataque cibernético. “Pesadelo se estendeu”, escreveu a primeira-dama.
“Pensei muito sobre voltar ou não para essa rede social, não apenas por causa das agressões que aconteceram em meu perfil, mas principalmente por toda a demora dos administradores da rede X em agir. Minha equipe de redes agiu rapidamente mas o pesadelo se estendeu por uma hora e meia até o bloqueio”, publicou Janja, neste domingo (17/12).
Ela ainda disse ter se sentido “exposta, agredida, ameaçada e desrespeitada como nunca antes”, desabafou sobre todo “ódio e repulsa às mulheres” vindo de “um adolescente de 17 anos”. Janja também levantou o debate sobre a responsabilização das plataformas.
Regulação das redes O perfil da primeira-dama foi hackeado no dia 11 de dezembro e reacendeu a discussão sobre a possibilidade de regulação das redes sociais. Tramita no Congresso o Projeto de Lei nº 2630/20, conhecido como PL das Fake News, que tenta definir regras para a atuação das plataformas no país. A proposta está travada na Câmara dos Deputados desde maio.
A conta do X (antigo Twitter) de Janja foi invadida na noite de segunda. Os responsáveis publicaram diversas mensagens ofensivas e de cunho obsceno. Logo após o ataque, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, fez críticas às plataformas e se manifestou a favor da regulação, defendendo que a medida é “urgente e essencial”.
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Janja Claudio Kbene/PR
Lula e Janja na Conferencia Nacional da Juventude
Presidente Lula e a primeira-dama, Janja Ricardo Stuckert
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Lula e Janja Vinícius Schmidt/Metrópoles
Primeira-dama Janja
Primeira-dama Janja fazendo o “L” com a mão Vinícius Nunes/Metrópoles
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Posts do hacker na conta da primeira-dama Reprodução / X
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Reprodução / X
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Reprodução / X
“Mais uma vez, as redes sociais demonstram não ter nenhum compromisso com o usuário, seja ele quem for. Aqui, as pessoas são completamente livres para ofender umas às outras, difamar e caluniar, sem nenhum tipo de consequência ou responsabilização”, reclamou.
Parlamentares governistas também se movimentaram para cobrar o avanço do PL. O deputado federal André Janones (Avante-MG) também defendeu a criação de normas que responsabilizam as empresas pelo conteúdo publicado nas redes. “As bigtechs devem ter responsabilidades com a segurança digital e com tudo que é disseminado em suas plataformas”, afirmou. Na contramão, a oposição criticou a proposta, apelidada de “PL da Censura”.
Investigação A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar o ataque hacker ao perfil de Janja. Durante a Operação X1, deflagrada na quinta-feira (14/12), os agentes chegaram a um adolescente, de 17 anos, que afirmou ser o responsável pelo ataque hacker. A corporação ainda investiga a veracidade da informação.
Os policiais federais cumpriram seis mandados de busca e apreensão, sendo dois no Distrito Federal e quatro em Minas Gerais, com a finalidade de avançar nas investigações voltadas a apurar a materialidade e a autoria dos crimes praticados. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). São investigados crimes de difamação e invasão de dispositivo informático.