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Jerônimo coloca o bloco na rua e mostra gingado em seu primeiro Carnaval

Guardada as devidas proporções, estar na chefia do Executivo baiano no primeiro Carnaval após a interrupção obrigatória em consequência da pandemia da covid-19 fez Jerônimo Rodrigues (PT) relembrar a maratona carnavalesca que vivia na juventude, como ele mesmo relatou em entrevista.

Da entrega da chave da cidade na quinta-feira (16) até a terça-feira (21), o petista acelerou o passo e vestiu a capa que seu antecessor prometeu lhe emprestar: a correria. Na linguagem propícia ao momento, arrastou o próprio bloco, e curtiu agarradinho aos seus secretários e secretárias, além de assessores. 

Nas pautas oficiais, desfilou com a primeira-dama Tatiana Velloso e se recusou a aderir à tradicional brincadeira do Afoxé Filhos de Gandhy, de trocar de colares por beijo. “Troco colar com quem fizer o L”, brincou, em alusão ao correligionário e presidente Lula, que, por sinal, passou rapidamente pela Bahia ao longo do feriado. 

Jerônimo reinou como figura nuclear em seu grupo político, o que não é necessariamente espantoso, sobretudo pela ausência de figuras expressivas como ex-governador e ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ou mesmo do senador Jaques Wagner (PT). 

Para se aproximar do gestor, até mesmo nas coletivas de imprensa, era preciso colar na corda e disputar espaço com figuras da equipe governista que bateram ponto diariamente ao lado do chefe, como Ângela Guimarães (Sepromi), Marcelo Werner (SSP), Bruno Monteiro (Cultura), além, claro, do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) – sempre com o filho Mateus, eleito deputado estadual em 2022, a tiracolo. 

Nos dias de festa, as “tretas“ política ficaram um tanto em segundo plano, mas não impediu Jerônimo de ser mais uma vez questionado sobre a indicação da ex-primeira-dama Aline Peixoto ao Tribunal de Contas do Município (TCM). Em plena festa, Wagner manifestou sua contrariedade com o desejo do aliado Rui Costa. 

Entrega da chave da cidade ao Rei Momo. Que comece a festa! (Foto: Divulgação/GOVBA)

Na abertura oficial do Carnaval 2023, na quinta-feira (16), Jerônimo juntou-se ao prefeito da capital, Bruno Reis (União Brasil), para cumprir a solenidade de entrega da chave da cidade ao Rei Momo, evento que abre oficialmente os festejos. Da varanda do Expresso 2222, em frente ao Farol da Barra, assistiu a apresentação da cantora Ivete Sangalo, que cumpriu brilhantemente a missão de ser a primeira voz a ecoar no retorno do carnaval. 

Ativou ali o modo folião e ensaiou os primeiros balanços do corpo. Entre uma agenda e outra, conversou nas ruas com foliões na rua, dançou e até fez vez de cantor. Não conseguiu, porém, opinar sobre a música da festa. Disse, entre sorrisos e em tom de brincadeira, ter ficado em dúvida entre seis das mais tocadas – não especificou quais.  

No mesmo dia, já à noite, no Campo Grande, e já mais à vontade, assistiu e dançou com atrações contratadas pelo governo do Estado e ouviu o incentivo da cantora Daniela Mercury: “Bora, Jerônimo, dança”. 

Ao som dos tambores
O governador também marcou presença nos desfiles de atrações tradicionais do Carnaval de Salvador, como Olodum, Ilê Aiyê e Afoxé Filhos de Gandhy. As três entidades são apoiadas pelo Edital Ouro Negro. 

Na sexta (17), começou o dia no município de Tucano – distante 266 km de Salvador. Inaugurou mais uma unidade das escolas de tempo integral construídas pelo Estado. 

À tarde, já em Salvador, se rendeu à batida percussiva e ao samba reggae do Olodum. Da janela do salão principal da sede da entidade, no Pelourinho, assistiu à performance dos músicos e deixou o corpo embalar pela musicalidade originalmente baiana. Chegou ao local exibindo a cúpula da segurança pública – Marcelo Werner, chefe da SSP; coronel Coutinho, comandante geral da Polícia Militar, e Heloísa Brito, delegada-geral da Polícia Civil -, o que chamou bastante atenção.  

Saída do Olodum com recepção na sede da entidade (Foto: Divulgação/GOVBA)

Antes de fechar o segundo dia oficial de folia, acompanhou da sede do Centro de Culturas Populares e Idenitárias (CCPI), no Largo do Pelourinho, os shows de Baby do Brasil e rapper Emicida – mostrou que o gingado se adapta a ritmos diversos. 

Na noite de sábado (18), Jerônimo subiu a ladeira do Curuzu, na Liberdade, para a tradicional saída do Ilê, o mais antigo bloco afro da Bahia. Vestiu-se a caráter. Em coletiva, falou em emoção. “Eu já tive a oportunidade de acompanhar como cidadão, militante, folião normal, mas esse ano tem um significado importante”.  

Antes de acompanhar a saída do “mais belo dos belos”, Jerônimo  fez uma passagem rápida no carnaval do município de Palmeiras, na Chapada Diamantina. 

Tapete branco
Já no domingo (19), em uma agenda dedicada exclusivamente ao Carnaval de Salvador, Jerônimo cumpriu uma verdadeira maratona, que começou no Campo Grande, ainda pela manhã, onde concedeu entrevista à imprensa. Visitou também o Plantão Integrado, espaço com serviços da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), no bairro 2 de Julho. O espaço recebeu denúncias relacionadas à vulnerabilidade e risco social, além de violações de direitos de crianças e adolescentes. 

À tarde, o governador aderiu ao aroma da alfazema e aos colares de contas azuis e brancas. Vestiu-se para o primeiro dia de desfile do Afoxé Filhos de Gandhy, o “tapete branco”, que este ano teve como tema “Caboclos de pena e Encourados”. Com ascendência indígena, foi homenageado pela entidade. E Já que não anda só, a presença de Jerônimo no desfile arrastou também o vice-governador, o chefe da SSP, o secretário da Cultura e secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, todos devidamente trajados com a fantasia do bloco.  

Governador foi homenageado pelo Afoxé Filhos de Gandhy (Foto: Divulgação/GOVBA)

Um pé lá, outro cá
Na segunda (20), penúltimo dia de festa, Jerônimo iniciou as agendas com olhar atento aos números do Carnaval de Salvador. Acompanhou a coletiva de balanço de segurança na festa ao lado da cúpula da Segurança Pública. 

Ele destacou a importância da ação integrada entre os órgãos municipais, estaduais e federais diretamente ligados à festa.  

Logo depois, rumou em direção ao extremo sul. Jerônimo visitou as festividades carnavalescas nas cidades de Caravelas, Alcobaça e Prado, que, assim como Palmeiras, receberam investimentos estaduais para a realização do carnaval. Mais de 60 cidades receberam apoio estatal para a  realização da festa, incluindo Maragogipe, cidade na qual o governador finalizou suas visitas aos festejos no interior na terça-feira (21). 

De volta a Salvador, Jerônimo finalizou as andanças do período festivo no Pelourinho. E foi para o chão. Dançou com Paulinho Boca e fechou os dias de folia ao melhor estilo.

O Correio Folia tem patrocínio da Clínica Delfin, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio da Jotagê e AJL.

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