Na madrugada deste sábado (15), Bruna Bitencourt, 23, saía de um bar em Cajazeiras após passar a noite com as amigas, pronta para voltar para casa, no bairro de São Cristóvão. Entretanto, o retorno foi de medo: a estudante de jornalismo relata ter adormecido no carro e percebido, ao acordar, que foi levada para um local deserto, que não reconhecia.
De acordo com Bruna, o motorista foi cordial no início da viagem e eles chegaram a conversar sobre a música que tocava no carro. Em certo ponto ela adormeceu e, quando acordou, o carro estava parado. Ela conseguiu ver pelo celular do motorista que a corrida havia sido finalizada e notou que o homem estava prestes a abrir a porta da parte de trás do veículo, onde ela se encontrava. Segundo a estudante, ela correu e gritou, o que pareceu assustar o motorista, que entrou novamente no carro.
Bruna saiu do automóvel e tentou solicitar outra corrida, mas não conseguiu. De acordo com a jovem, o próprio motorista disse que ela não conseguiria solicitar outro carro no local onde estavam e se ofereceu para levá-la até um ponto mais próximo de casa. Ela compartilhou a localização com as amigas e seguiu no mesmo carro até São Cristóvão, onde pediu que o homem parasse e, ao ser ignorada, desceu do carro com o veículo em movimento e caminhou pelo resto do caminho.
Bruna registrou o caso nesta segunda-feira (17) na 12º Delegacia, em Itapuã. De acordo com a Polícia Civil, o caso foi tipificado como estupro e a apuração será iniciada.
Além disso, Bruna relata ter reportado o motorista, que dirigia um Volkswagen Voyage, à Uber. Segundo ela, a resposta da plataforma foi um e-mail padrão informando que entrariam em contato.
Em nota ao CORREIO, a empresa afirmou:
“A Uber considera inaceitável qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. A conta do motorista foi desativada e a Uber se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.
Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito e mais recentemente a Uber lançou uma campanha educativa de combate ao assédio em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero e que já foi oferecido para a usuária nesse caso.
Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.”