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Juíza americana se irrita com Valdemar e quer que ele vá aos EUA depor em ação contra a ex

Foto: Reprodução/Facebook

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto 02 de maio de 2024 | 19:45

Uma juíza da Flórida, nos EUA, se irritou nesta quinta-feira (2) ao analisar um processo movido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, contra a socialite Maria Christina Mendes Caldeira, sua ex-mulher.

O dirigente partidário acusa Maria Christina de cometer calúnia por comentar e festejar, nas redes sociais, a sua prisão mais recente. Em fevereiro deste ano, Valdemar foi detido em flagrante por posse ilegal de arma durante diligências da Polícia Federal (PF), que investiga sua participação na suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Maria Christina vive nos EUA desde 2017, onde diz ter conseguido asilo político. Atualmente, ela afirma trabalhar como motorista de aplicativo e freelancer em uma agência de viagens. Em entrevistas concedidas à imprensa e em publicações nas redes sociais, ela acusa Valdemar de ter praticado os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e violência doméstica. Ele nega todas as acusações e se diz caluniado.

Na audiência judicial desta quinta, que foi realizada virtualmente e acompanhada pela coluna, a juíza Valerie Manno Schurr demonstrou irritação ao questionar por que Valdemar movia um processo nos EUA se as queixas estavam relacionadas a episódios ocorridos no Brasil.

“Ele estava aqui? Ou no Brasil? Estamos processando ela aqui por coisas que ela disse de lá? Por que ela está sendo processada aqui?”, perguntou, repetidas vezes.

A defesa do presidente do PL respondeu, então, que Maria Christina fazia as declarações por meio de vídeos gravados “por toda a Miami”. O dirigente da sigla se manteve em silêncio durante toda a audiência, sendo representado por sua advogada.

A magistrada ainda se irritou com os protestos feitos pela defesa de Valdemar enquanto Maria Christina dava o seu testemunho. “Há muitas interrupções. Deixe ela seguir”, afirmou.

A juíza indagou por que Valdemar entendia como calúnia a acusação pública de lavagem de dinheiro feita por sua ex, uma vez que ele foi condenado e preso no Brasil por isso. A defesa dele explicou que a socialite acusava o ex-marido de praticar o crime em situações inexistentes, dizendo, por exemplo, que ele se associou a um cartel mexicano.

“Se ele foi condenado por lavagem de dinheiro e ela diz…”, afirmou a juíza. “Você vai ter que me provar que isso é diferente”, seguiu a magistrada, ordenando que Valdemar se dirigisse pessoalmente aos EUA para depor sobre o caso.

A defesa afirmou que o presidente do PL não poderia se ausentar do Brasil —no processo, foi apresentada a justificativa de que seu passaporte “atualmente está com autoridades”.

A juíza Schurr, em resposta, disse que faria uma pesquisa jurídica para entender como o impasse poderia ser resolvido. “Como ele não vai vir para o julgamento? Ele tem que estar aqui”, afirmou Schurr.

A magistrada optou por encerrar a audiência, que durou cerca de duas horas, e dar continuidade à discussão em uma próxima sessão, ainda sem data estabelecida. Também não houve definição se Valdemar terá mesmo que ir aos EUA.

Integrante da defesa de Maria Christina, a advogada Talitha Camargo da Fonseca afirma que todas as acusações feitas por sua cliente serão comprovadas junto à Justiça norte-americana. Diz, ainda, que ela é alvo de assédio processual por parte de Valdemar.

“Todas as falas da Maria Christina serão sustentadas a partir de documentos comprobatórios. Não é a primeira vez que ele faz isso”, afirma Fonseca. “Esse processo é mais uma forma de violência contra mulher, querendo calá-la. O que ela falou, ela vai comprovar”.

Bianka Vieira/Folhapress

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