Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan News, o governador do Rio Grande do Sul também admitiu ‘desejo’ pela Presidência e defendeu a terceira via como alternativa para 2026
Reprodução / Jovem Pan News
Governador Eduardo Leite em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan News, nesta quarta-feira, 5
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), fez uma avaliação nesta quarta-feira, 5, sobre os primeiros 100 dias do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente da Presidência da República. Atual presidente nacional do PSDB – que adota postura declaração de oposição ao Executivo -, o político gaúcho reconheceu que a mudança no Palácio do Planalto facilitou o diálogo entre Estados e o chefe da República, fazendo uma comparação com a gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Era difícil dialogar com o ex-presidente. O cacoete dele era terceirizar responsabilidades. Tudo que tinha de problema era apontar culpados, inclusive os governadores. A gasolina está cara? Culpa dos governadores. A pandemia? Culpa dos governadores. (…) Isso trava a capacidade de discussão”, avaliou em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan News.
Em contrapartida, Leite reconheceu a facilidade do atual governo de negociar e ponderou que o desafio é “diálogo com efetividade e entrega”. “Lula foi presidente por dois mandatos, tem característica de diálogo, governadores sentaram com o presidente em fevereiro, que não teve no mandato passado. Lula chamou [a reunião], saúdo essa iniciativa. Mas com 100 dias é difícil dizer que sai alguma coisa dali”, comentou. Segundo o governador, apesar da abertura de diálogo positiva, algumas manifestações do presidente “preocupam”, especialmente pelo tom de vingança atribuído, citando o caso do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Como a Jovem Pan mostrou, o atual chefe do Executivo afirmou que, durante a prisão em Curitiba, pensava em se vingar do então juiz. “As manifestações preocupam em alguns pontos, quando vimos manifestação sobre moro. Isso dá algum nível de preocupação, porque o papel do presidente, como de um governador, prefeito, gestor público, não é perseguir os culpados, é resolver os problemas da população”, ponderou.
Questionado sobre a possibilidade de concorrer à Presidência em 2026, Eduardo Leite afirmou que o pleito ainda está muito distante e que o cargo é “destino”, não preferência pessoal. “Desejar, aspirar é uma coisa absurdamente legítima. Só que a presidência, dizia Tancredo, é destino. Tantas pessoas se prepararam a vida toda para ser presidentes e não foram. José Serra, seria um grande presidente da República”, exemplificou. Independente da sua candidatura ao Executivo federal, o governador defendeu a busca por uma alternativa à polarização Lula-Bolsonaro, trazendo à tona a discussão sobre a terceira via. “É muito ruim que a gente esteja discutindo para tirar Lula vamos aceitar Bolsonaro, para tirar Bolsonaro aceitamos o Lula. Vi menos indo para as urnas com seus sonhos e aspirações, expectativas e mais para urna com medo, com ódio, raiva. (…) É fundamental para o Brasil sair da polarização, é nocivo”, concluiu.