Mateus estava empolgado com seu primeiro emprego de carteira assinada. No entanto, no último dia 9, a felicidade se transformou em tragédia. Ele trabalhava como caixa de um Mc Donald’s no Rio de Janeiro e foi baleado por um cliente, um bombeiro, após uma discussão envolvendo um cupom de desconto.
“Minha vida mudou literalmente da noite pro dia”, disse o jovem em entrevista ao Fantástico.
“Quando chegou por volta das duas da manhã tinha um carro na frente, antes dele. Estava muito cheio de gente e nisso ele já estava bem alterado lá atrás. Buzinando muito, muito, muito”, conta Mateus.
O cliente em questão era Paulo César de Souza Albuquerque, bombeiro militar do estado do Rio de Janeiro.
“Falei ‘vou tratar ele bem, dar um bom-dia como eu faço com todo mundo, botar um sorriso no rosto pra amenizar a situação’. Aí ele: ‘a promoção do Big Mac.’ Depois que eu finalizei a compra, ele mostrou o cupom”, conta o jovem.
“Mas, no sistema da empresa, o desconto tem que ser registrado primeiro. A partir daí, dá para ver pelas câmeras de segurança o que aconteceu”, continuou ele ao Fantástico.
“Foi uma coisa muito fútil, cara. Se ele esperasse um minuto eu ia chamar o gerente, ele ia bater o cupom. Ele ia levar o que ele queria. Se eu não me engano o cupom dá uma diferença de R$ 4. Eu levei um tiro por causa de R$ 4”, diz Mateus.
O jovem foi levado a um hospital público no Rio, onde passou por uma operação de emergência. A bala atingiu o rim esquerdo, que foi retirado. Atingiu também o intestino grosso e se alojou nas costas.
Mateus está usando uma bolsa de colostomia e vai passar por outra cirurgia para retirar a bolsa em dois meses. Em nota, o McDonald’s informou que tem dado apoio à família e que tentará fazer com que Mateus se sinta o mais confortável possível quando voltar ao trabalho.
Paulo César foi preso preventivamente na sexta-feira (20). Sua defesa disse, em nota, que não há os requisitos para a prisão preventiva e que vai tentar revogá-la.
Já o Corpo de Bombeiros já o suspendeu e pode expulsá-lo. Naquele dia, o militar dirigia uma Mercedes e a corporação também vai investigar a origem do patrimônio, que não corresponde ao salário que ele recebia.