A ex-primeira-dama Aline Peixoto foi nomeada conselheira do Tribunal de Contas do Município (TCM), a decisão saiu logo após o resultado da votação realizada em plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na tarde desta quarta-feira (8).
O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e assinado pelo Governador Jerônimo Rodrigues. Aline ainda foi exonerada do cargo de assessora especial da Secretaria de Saúde (Sesab) para poder ocupar a vaga no TCM.
No plenário, Aline obteve 40 votos, contra 19 do seu oponente. Quatro votos foram considerados nulos. A votação secreta ocorreu com o uso de cédulas impressas.
“A eleição da primeira conselheira mulher do Tribunal de Contas dos Municípios ocorreu justamente hoje, 8 de março. Nosso estado faz história e, mais uma vez, dá um belo exemplo ao país. As brasileiras não aceitam mais serem coadjuvantes, e muito menos nós baianas! Quero aqui agradecer a cada deputada e deputado por mais este episódio de fortalecimento da democracia e dos ideais republicanos”, comemorou.
A nova conselheira também elogiou a transparência do processo. “A confiança depositada em mim será o maior incentivo para seguir em frente e dar o meu melhor. Atuarei ao lado de todos os conselheiros na manutenção do rigor habitual do TCM. Que este seja punitivo quando necessário, porém também educativo, aproximando-se cada vez mais dos gestores”, concluiu.
O nome de Aline foi uma sugestão feita pessoalmente pelo atual ministro da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa (PT). Apesar de todo o desgaste político e polêmicas em torno do assunto, o apoio de deputados da base aliada garantiu a vitória.
Na segunda-feira (6), durante a sabatina na Casa, ocorrida no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Aline Peixoto chorou durante um breve pronunciamento ao criticar “ataques de cunho pessoal” que teria sofrido.
“Quando meu nome foi colocado para apreciação da ALBA, como postulante ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas, passei a ser alvo, sistemático, de uma série de ataques”, disse ela, com a voz embargada. “Críticas são normais na democracia e eu as aceito tranquilamente, ainda que discorde delas. O problema maior é que muitas dessas críticas foram de cunho pessoal, verdadeiras agressões a uma mulher”, disse.
Durante cerca de 2 horas e 30 minutos, Aline respondeu a 11 perguntas, sendo cinco dos parlamentares governistas, cinco da bancada de oposição e uma do deputado Hilton Coelho (Psol), crítico ferrenho da indicação da ex-primeira-dama. Nas respostas, a esposa de Rui falou de forma sucinta e genérica sobre questões que envolvem processos licitatórios, prestação de contas, gastos com pessoal e outros tópicos comuns às administrações municipais.
Vinculo com a Sesab
Em fevereiro deste ano, o líder do governo na alba Rosemberg Pinto (PT) negou que Aline Peixoto tivesse vínculo ativo com o Governo do Estado. Questionado sobre a informação, o deputado afirmou que, para a assembleia, “só interessa se ela tem capacidade de ser conselheira.”
“O regimento exige que a pessoa precisa estar 10 anos como gestor público-administrativo… ela não precisava mandar nem o currículo. Bastava mandar um documento dizendo que ela cumpre o requisito”, disse, acrescentando que não importava se ela continuava trabalhando na pasta da saúde. Contudo, a nomeação de Aline como conselheira confirmou seu vínculo com a Sesab.