Nano em que completa 60 anos, Luiz Caldas quer falar de vida. E quer viver muito mais. “A longevidade mudou com o passar do tempo. Antigamente, uma pessoa com 40, 45 anos era uma pessoa velha. Hoje não é assim, você apenas está iniciando sua segunda idade. Eu estou chegando aos 60 anos com energia para trabalhar bastante, a mente a mil, compondo todo dia, tocando melhor porque qualquer coisa que fazemos com frequência a gente desenvolve”, afirma o cantor.
tocando melhor porque qualquer coisa que fazemos com frequência a gente desenvolve”, revela o cantor, que disponibilizou no site www.luizcaldas.com.br, na segunda (6), mais um dos seus discos mensais, Umbilical, o 131º álbum do projeto que realiza desde 2013.
“Com Umbilical, eu quero mostrar a minha crença no pensamento de que tudo que nasce é fruto de uma potente energia anterior, e que tudo está interligado de uma certa forma, como o Carnaval e o folião, o trio elétrico e a música, uma mãe e o seu bebê”, afirma.
Tocar e compor diariamente são partes das obrigações irredutíveis de Luiz Caldas. A rotina para lançar um álbum por mês é corrida, mas faz com que ele pratique tanto a ponto de não esconder que é um expert no violão – seu instumento xodó e principal companheiro de empreitadas. “Eu trabalho com essa matéria prima. Desde os 7 anos eu brinco com música e essa brincadeira se tornou meu ganha-pão. A música é 100% eu, eu sou 100% música. Não poderia ter uma família, não teria uma saúde mental perfeita sem ela como companheira”, resume Luiz.
Após uma década lançando um disco por mês, o cantor teve duas obras indicadas ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa: Remelexo Bom, dedicado ao forró tradicional e lançado em junho passado, e Sambadeiras, um tributo ao samba de roda, de abril de 2021.
Precoce
Dos 60 anos de vida, 53 são dedicados à música. Luiz começou cedo, aos 7 anos, quando subiu ao palco pela primeira vez para cantar a música I’ll Be There, do Jacksons Five. Ali, descobriu o que queria e não parou mais.
Aos 16, veio o trio elétrico. Subiu ao Tapajós com a guitarra de 6 cordas num tempo em que só se aparecia por lá com a guitarra baiana. Segurou uma sequência de frevos, agitou a galera e também mexeu com a própria cabeça. Não queria sair dali nunca mais. Dito e feito.
No entanto, sempre o incomodou o fato de não ter uma música genuinamente baiana naquele show que era tão genuinamente baiano. Nos trios elétricos, o mais comum era se tocar o frevo,pernambucano; ou galopes, ritmo paraibano. Desse incômodo, nasceu axé music. “Às vezes eu me pego pensando: ‘cara, que loucura’. Ao gravar o disco Magia eu também estava criando um estilo de música reconhecido no mundo todo e que move a maior festa de rua do planeta”, diz.Ao se dar conta, Luiz respira fundo como quem agradece pela oportunidade.
”Muita energia”
Gratidão, felicidade e realização. As três palavras resumem bem como Luiz Caldas vem se preparando para o Carnaval. Ele fez um show de comemoração de 60 anos da Concha Acústica no dia 20 de janeiro e, no próximo dia 15, faz sua abertura momesca particular com o Baile do Luiz, na Chácara Baluarte.
“Estou com muita energia, muita saudade, são dois anos longe do público que gosta de cantar, dançar e de curtir o Carnaval. A gente tem feito alguns shows, mas uma coisa mais branda, não tão quente quanto o clima carnavalesco. O Verão está maravilhoso, já tivemos uma prévia com a Concha lotada, então tenho certeza a galera que vai para a Chácara vai ser divertir muito já no ritmo da folia”, projeta.
O Carnaval de Luiz já tem confirmadas apresentações no circuito do Campo Grande na segunda-feira e na Barra na terça. No domingo, ele estará no camarote Planeta Band. Mas tem mais novidade, que serão conhecidas nesta quarta (8) quando a prefeitura divulgará novidades para a festa.