Durante assinatura de uma medida provisória voltada para a retomada de 3.500 obras escolares paralisadas ou inacabadas da educação básica (leia sobre a MP abaixo), a primeira-dama Janja da Silva alertou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que nenhuma mulher foi chamada para compor a foto oficial do evento.
Ao iniciar o seu discurso em Crato, interior do Ceará, Lula, então, chamou a esposa para discursar. “Vocês me chamaram para falar e a Janja me chamou a atenção de que só falou homem aqui. Então, é o seguinte. Eu vou chamar ela para falar”, disse Lula.
Num primeiro momento, a primeira-dama relutou em discursar, mas após insistência do marido, ela fez uma pequena fala para explicar a situação.
“Na verdade, maridinho, meu boy, eu falei, presidente Lula, que na hora de assinar o decreto [a MP], os homens sempre se levantaram e a gente tem algumas secretárias que não foram chamadas para a foto. Então eu queria chamar essas mulheres aqui para frente, porque elas também fazem parte disso. Se hoje o Ministério da Educação está de volta com toda a força, é porque tem também mulheres que fazem isso”, afirmou Janja.
Na sequência, o fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert, perguntou ao presidente se ele gostaria de fazer a foto de Janja ao lado das secretárias. Lula aceitou o convite.
Veja o momento abaixo:
Retomada de obrasNa agenda no interior do Ceará, o presidente Lula assinou uma medida provisória voltada para a retomada de 3.500 obras escolares paralisadas ou inacabadas da educação básica. A MP não havia sido publicada no Diário Oficial da União (DOU) até a última atualização desta reportagem.
A expectativa é que sejam investidos R$ 4 bilhões nos próximos quatro anos. Segundo o Ministério da Educação, a medida pode criar cerca de 450 mil vagas nas redes públicas de ensino do país.
Para que uma obra de infraestrutura escolar seja retomada, o governo federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo repasse de recursos, firmarão um novo contrato com novos valores e prazos.
A partir de então, estados e municípios terão 24 meses para concluir as obras, prazo que pode ser prorrogado por igual período, uma única vez.
Uma novidade anunciada pelo governo é que os valores a serem repassados aos entes serão corrigidos pelo Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), desenvolvido para monitorar a evolução dos preços de materiais, serviços e mão de obra de construções.
“Como a quase integralidade (95,83%) das obras que se encontram na situação de paralisadas ou inacabadas teve pactuações firmadas entre 2007 e 2016, a adoção da medida viabiliza a retomada, já que o INCC acumulado pode chegar a mais de 200%, dependendo do período”, informou o Palácio do Planalto em comunicado.
Com a retomada das obras, o governo espera entregar:
1.200 unidades de educação infantil, entre creches e pré-escolas;1.000 escolas de ensino fundamental;40 escolas de ensino profissionalizante;86 obras de reforma ou ampliação; emais de 1.200 novas quadras esportivas ou coberturas de quadras.