presidente destacou a importância de ‘mexer com o coração do presidente do BC’ e solicitou aos governadores que exerçam pressão para a redução das taxas de juros
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Lula pediu para que presidente do BC, Roberto Campos Neto, reduza a taxa de juros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo nesta terça-feira, 12, para que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reduza ainda mais os juros no próximo ano. Durante um evento no Palácio do Planalto sobre a liberação de recursos de bancos públicos para obras em Estados e municípios. O presidente destacou a importância de “mexer com o coração do presidente do BC” e solicitou aos governadores que exerçam pressão para a redução das taxas de juros. ” Nós temos que mexer com o coração do presidente do BC. ‘Reduz um pouco o juro, gente’. Os governadores têm que fazer pressão”, pediu o petista. Essa declaração ocorre após uma tentativa de aproximação entre Lula e Campos Neto, mediada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa “trégua retórica” aconteceu após meses de críticas de Lula à atuação do BC e em meio a um movimento da instituição para baixar a taxa Selic. A taxa Selic, que atingiu 13,75% em agosto de 2022, vem sofrendo quedas graduais nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e atualmente está em 12,25%. Durante o evento, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também se juntou ao coro e pediu a redução da taxa de juros pelo BC. Apesar das críticas de Lula e de seu entorno, alguns economistas defendiam a manutenção dos juros em patamares elevados devido às projeções de inflação acima da meta estipulada pelo governo. No entanto, Lula reforçou a importância do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como vetor de crescimento da economia, por meio de empréstimos para obras. Ele ressaltou que é necessário mudar a percepção de que esses empréstimos são gastos, enfatizando que são investimentos.
Lula defendeu que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é fundamental para o desenvolvimento e crescimento do país, afirmando que os bancos públicos têm o papel de fazer o que a iniciativa privada muitas vezes não pode fazer. Ele ressaltou que prefeitos e governadores têm o direito de buscar financiamento para projetos, desde que estejam com as contas em dia. Além disso, Lula destacou que o dinheiro do BNDES não deve ser devolvido para os cofres do Tesouro Nacional, mas sim utilizado para gerar empregos e pagar salários. Durante seu discurso, o presidente também abordou a importância dos investimentos dos bancos públicos se transformarem em obras concretas, gerando empregos e salários. Ele anunciou financiamentos de R$ 10 bilhões para obras no metrô de São Paulo e a implantação de um trem de média velocidade entre a capital paulista e Campinas. Lula ressaltou que é necessário aproveitar a transição energética e buscar investimentos externos para impulsionar o crescimento do país. Ele finalizou afirmando que o Brasil tem projetos e empresários, e que é preciso parar de lamentar e correr atrás do desenvolvimento. “É para isso que existe banco público, é para fazer aquilo que muitas vezes a iniciativa privada não pode fazer”, disse o presidente. “Prefeito não é bandido, governador não é bandido, se tiver as contas em dia, tem direito de ir ao banco pedir pra financiar”, afirmou.