Em reunião com Lula nesta sexta-feira (1º/3), o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reciclou ao petista uma promessa sobre a data para as eleições presidenciais naquele país.
Durante conversa em São Vicente e Granadinas após a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Maduro prometeu a Lula convocar eleições presidenciais no segundo semestre de 2024.
Fontes do governo brasileiro lembram, entretanto, que o compromisso já tinha sido assumido pelo próprio ditador ao assinar o chamado Acordo de Barbados, em outubro de 2023.
Pelo acordo, Maduro prometeu realizar eleições livres, com a participação da oposição e de observadores internacionais, em troca do fim das sanções dos Estados Unidos à Venezuela.
O acordo foi mediado pela Noruega e teve o Brasil de testemunha. Mais especificamente o ex-chanceler Mauro Vieira, atual chefe da assessoria especial de Lula na Presidência.
Governo Maduro propõe novas regras Apesar dos compromissos, o governo Maduro enviou ao Conselho Nacional da Venezuela nesta sexta, antes da reunião do ditador com Lula, uma proposta com regras para as eleições que descumprem o Acordo de Barbados.
Pela proposta, o governo venezuelano sugere 27 possíveis datas para as eleições e excluem o principal partido de oposição da disputa. Maduro defende que o novo documento é mais “abrangente” que o decidido em Barbados.
O partido excluído foi a Plataforma Unitária Democrática, que lançaria María Corina Machad na eleição. Ela foi considerada inelegível pela Suprema Corte da Venezuela, controlada pelo chavismo.