InícioEditorialMajur: "Não me falta fôlego para correr atrás de meus sonhos"

Majur: “Não me falta fôlego para correr atrás de meus sonhos”

A resposta para Majur a todos os ‘nãos’ e portas fechadas que recebeu foi distribuir amor e ser dona dos próprios caminhos. A cantora baiana, que nunca recebeu nenhum convite para tocar em sua terra, vem a Salvador com seu show autoral pela primeira vez, sábado (6), e chega sem mágoas no peito ou qualquer tipo de rancor. Muito pelo contrário disso: Ojunifé, nome que batiza seu disco e show, será uma reunião entre a cantora e todos aqueles que apoiam e se sentem apoiadas pelo seu trabalho. Afinal de contas, como ela mesmo diz, o amor é revolucionário.

O show acontece no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, a partir das 20h. A abertura fica por conta da DJ Tia Carol, com participação da rapper e DJ Baddie Evylin, travesti  cria da Cidade Baixa.

Ojunifé vem do idioma iorubá e significa “olhos do amor”. O espetáculo musical conta com a participação de bailarinos coreografados por Josué Amazonas – com quem Majur vai casar este ano – e Eddy Soares e direção artística da própria cantora.

“Existem tantos primeiros, que estou emocionada. É o primeiro show em Salvador porque aqui todos os outros shows que fazia eram covers. Esse é o primeiro show que faço aqui e é totalmente autoral. Canções escritas, compostas, gravadas tudo por mim. É uma outra coisa, minha  consolidação enquanto cantora e pertencente a essa cidade”, disse Majur em conversa com o CORREIO.

A concepção do show já teve várias idas e vindas até fechar no formato que está em turnê pelo Brasil desde fevereiro. A banda é formada por Ziati Comazi (baixo), Spike (Guitarra), Bibeats (bateria) e Barrak Black (percussão), com a produção executiva de Giovani Falcão e co-produção: Edmilia Barros e Nova Estação.  

No repertório, há vários sucessos, entre eles; Andarilho, Rainha de Copas, Náufrago e Amarelo – hit gravado com Emicida e Pablo Vittar. 

“Vem aí um espetáculo. Ojunifé deixou de ser um show quando a gente começou a fazer o que já tinha muitos elementos e fui entendendo que era necessário tirar alguns elementos, acrescentar outros, acrescentar pessoas e retirar algumas, com outras ideias”, explicou Majur antes de completar: “A gente entrega no show de 1h20 mais ou menos um espetáculo com muita dança, muita música, muita fala também porque eu troco muito com a galera, trago coisas, toco piano, toco violão. É um concerto, como meus amigos dizem”.

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A cantora explica que Ojunifé é sua própria vida. Cheia de coisas, com olhos de amor, onde fala de si própria. Mas vai além: faz relação com outras pessoas, outros corpos, outras histórias para fazer com que as pessoas sintam o espetáculo com todos os sentidos possíveis. 

“Eu falo muito sobre amor em Ojunifé, sobre autoestima e durante o show faço falas sobre esse tema. São momentos que são importantes para as pessoas, já vi muita gente chorar do início ao fim do show quando iniciei a turnê”, detalhou.

O evento conta com lista especial para pessoas trans e meia entrada social com a doação de 1Kg de alimento não perecível. Os ingressos custam de R$30 (meia) a R$100  (inteira). Essa preocupação com o acesso é fruto de experiências que ela mesmo passou: “Sou uma das cantoras da Bahia mais faladas no Brasil e nunca fui chamada para tocar aqui por nenhum contratante. Infelizmente, existe uma realidade LGBTQIA+fóbica muito forte aqui no estado”, disse Majur.

Sem apoio, ela decidiu tomar conta da própria carreira e trazer o show de forma independente, produzido por seu escritório. “Quando dizem pra mim que não posso existir em algum lugar, é aí que eu bato o pé e volto com todas as forças para existir. É assim que estou vindo. Sou empresária de mim mesma há dois anos, antes era empresariada pela Paula Lavigne e quando começou a pandemia acabei saindo do escritório e resolvi tomar conta da minha carreira. Eu tenho uma ousadia baiana, brasileira, de ir atrás dos sonhos, de realizar e acho que isso tudo que estou colhendo hoje é fruto desse trabalho de formiguinha”, completou.

Depois dessa declaração, ela arrebatou: “O que não me falta é fôlego para correr atrás de meus sonhos”. Com fôlego, amor e cuidado, Ojunifé chega à Bahia. E Majur se reencontra com o seu lugar.

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