InícioNotíciasPolíticaMaquiadora baleada por bombeiro sobre soltura do militar: “Sequelas”

Maquiadora baleada por bombeiro sobre soltura do militar: “Sequelas”

Vítima do segundo-sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) Andrey Suanno Butkewitsch (foto em destaque), a maquiadora Jully da Gama Carvalho, 30 anos, se manifestou nas redes sociais após o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) conceder liberdade provisória ao seu algoz.

Andrey responde por tentativa de homicídio contra quatro pessoas e porte ilegal de arma uso restrito. Em janeiro, ele se envolveu em uma confusão generalizada em um bar de Alto Paraíso (GO), município na região da Chapada dos Veadeiros, e baleou Jully na cabeça.

Nas redes sociais, a maquiadora se mostrou revoltada com a decisão da Justiça goiana. Em uma publicação, Jully disse estar sobrevivendo dia após dias e que ficou com “traumas de um bombeiro descontrolado”.

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Jully perdeu os movimentos do lado direito do corpo e passou por duas cirurgias

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Maquiadora se revolta com liberdade de bombeiro que atirou nela

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“Estou sobrevivendo dia após dia tentando recolher os cacos. Meu marido está sem trabalho e mesmo que aparecesse oportunidade, não seria viável. Estou em tratamento, não consigo fazer nada sozinha. Estamos sem recurso algum. Mas a liberdade cantou para ele. Para mim, só restam sequelas. Traumas de um ‘bombeiro’ descontrolado”, escreveu em um Story, no Instagram.

Em outro post, Jully destacou que Andrey estava bêbado e que poderia ter feito outras vítimas. “Não basta estar sem os movimentos. Se eu estivesse morta, aí a pensão sairia para mim? Não, para ele. Descontrolado, bêbado. Poderia ter acertado mais pessoas, ele atirou no carro com quatro pessoas dentro”.

O alvará de soltura foi emitido nessa quinta-feira (25/7), por decisão da 2ª Câmara Criminal do TJGO.

Após o tiro, Jully perdeu os movimentos do lado direito do corpo, passou por duas cirurgias e precisa fazer fisioterapia com frequência para recuperar habilidades como segurar um garfo e um pincel de maquiagem. Em março, o Metrópoles mostrou como estava a reabilitação da vítima.

Relembre o caso Em vídeo divulgado, é possível ver quando as agressões começam. Pelas imagens, é possível ver quando o bombeiro e um segundo homem se estranham. Em seguida, eles trocam socos, e outras pessoas também entram na confusão.

A situação fica fora de controle, e alguns dos envolvidos deixam o local e seguem em direção a um carro. Nesse momento, segundo imagens de outra câmera de segurança, o militar aparece, saca uma arma e atira contra o veículo. O projétil atingiu a cabeça da maquiadora Jully da Gama.

Assista:

“Não gosto de viado” A denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) detalhou que Andrey teria dito a um dos homens acompanhado de Jully que “não gosta de viado”. A provocação teria sido o estopim para a sequência de acontecimentos que culminou na tentativa de homicídio.

A acusação acrescentou que a confusão começou quando Andrey foi ao caixa do bar para pagar o que havia consumido e que o bombeiro, a vítima e o amigo dela se encontraram na hora de acertar a conta.

O militar teria começado a olhar o celular de Jully e foi confrontado pelo amigo dela, que perguntou o motivo para Andrey observar o telefone da maquiadora.

“[…] questionou o motivo pelo qual Andrey estava praticando aquela ação, tendo ele afirmado: ‘Não gosto de viado’-sic”.

O homem se virou para sair do local, mas Andrey teria o empurrado. Neste momento, os dois começaram a se agredir, ações que foram gravadas pelas câmeras de segurança do bar.

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Vítima foi baleada por bombeiro militar do Distrito Federal em bar de Alto Paraíso (GO)

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Jully é maquiadora e empreendedora

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Maquiadora precisou ser internada

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Família da maquiadora diz que toda e qualquer oração é bem-vinda

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Vidro traseiro do veículo ficou com marca de bala e quebrado

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Carro onde Jully da Gama Carvalho, 30 anos, estava quando foi baleada

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Jully da Gama Carvalho estava sentada no banco do carona do veículo

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Andrey Suanno Butkewitsch

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Exoneração À época do crime, o segundo-sargento estava lotado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República. Depois do ocorrido, Andrey foi exonerado do cargo.

Quase um mês após a violência sofrida, ela, que era uma mulher ativa e trabalhadora, passou por uma segunda cirurgia para remover um dreno do cérebro. “Os médicos cortaram a parte do crânio, tiraram os fragmentos, fizeram a limpeza, fecharam”, detalhou o marido, Jairo Soares.

“Esse o procedimento para salvar a vida dela, só que nisso ficaram alguns fragmentos alojados no cérebro. Tinha um grande até, do tamanho de uma moeda de um real”. Esse resquício do disparo deixou sequelas, e que antes era fácil, como segurar um pincel delineador, hoje, é um esforço enorme.

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