Ex-major do Exército e atualmente na reserva, Ailton Gonçalves Moraes Barros afirmou em conversas com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, que sabe quem seria o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. A mensagem em questão integra uma série de conversas entre as duas partes no âmbito das investigações sobre um possível esquema de falsificação dos dados de vacinação contra a Covid-19, embora não tenha relação com o fato determinado. Candidato ao cargo de deputado estadual nas eleições de 2022, Ailton enviou uma mensagem de áudio a Cid em que falava sobre a falsificação dos documentos, que contava com ao auxílio do ex-vereador do Rio, Marcello Siciliano, e ressaltou que o político carioca enfrentava “injustamente” problemas relacionados à morte de Marielle. “De repente, nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele [Siciliano], que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do do cônsul, que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu?”, disse, segundo transcrição realizada pela Polícia Federal. Ambos os envolvidos, Mauro Cid e Ailton Barros, foram presos pela Polícia Federal por envolvimentos no possível esquema de falsificação de informações sobre vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde.