O Ministério da Saúde anunciou neste domingo, 21, que as primeiras 750 mil doses da vacina contra a dengue chegaram ao Brasil no sábado. As doses serão disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O primeiro lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina fornecidas pela farmacêutica Takeda, sem custos para o governo brasileiro. A pasta da Saúde informou que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante, chamado Qdenga, disponíveis para este ano. A entrega será feita em etapas até o mês de novembro. Devido à quantidade limitada de unidades recebidas, foram estabelecidos critérios para a vacinação, levando em consideração regiões com alta transmissão da doença e a faixa etária com maior número de hospitalizações, que é de 10 a 14 anos.
Segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde em conjunto com Estados e municípios, as vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte, ou seja, com população igual ou superior a 100 mil habitantes, e com alta transmissão da doença nos últimos dez anos. A chegada dos imunizantes ocorre em meio ao aumento dos casos de dengue no Brasil. Em 2023, o país registrou um recorde de mortes pela doença, com 1.094 vidas perdidas, de acordo com o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O recorde anterior ocorreu em 2022, com 1.053 óbitos. O terceiro ano com mais mortes foi 2015, com 986 vítimas.
Durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a ministra Nísia Trindade afirmou que ainda é necessário aumentar a produção da vacina contra a dengue para abranger mais faixas etárias. Atualmente, o Ministério da Saúde possui 5 milhões de doses, o que permitiria imunizar 2,5 milhões de pessoas, representando apenas 1,1% da população. Esse número não é suficiente para cobrir todas as pessoas na faixa etária prioritária, que são 6 a 16 anos, totalizando 30,5 milhões de pessoas no país, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).