O ministro da Defesa, José Múcio, esteve na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 17, para apresentar o trabalho desenvolvido pelo Ministério. Ao lado dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, Múcio foi alvo de muitas críticas, tendo que lidar com parlamentares da base e da oposição fazendo questionamentos sobre a politização das Forças Armadas. O ministro defendeu que a atividade político-partidária anda longe dos quartéis. “Eles servem ao país, independente de qualquer partido. Serviram um governo até dia 31 (de dezembro), servem outro governo, mas, em primeiro lugar, servem ao Estado brasileiro”, disse Múcio. O ministro da Defesa não é um nome que agrada todas as alas do governo e já teve o nome questionado por não ter desmobilizado os acampamentos em frente ao quartel-general do Exército em Brasília no começo do ano.
Durante a audiência pública, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL) colocou em dúvida a postura do ministro diante dos acampamentos. “O senhor surpreendeu a nação quando, já ministro da Defesa, afirmou que as manifestações em frente aos quartéis eram democráticas. Para impressionar ainda mais, afirmou que tinham parentes e amigos nas manifestações. Todos sabiam, e depois foi comprovado pela história, que eram manifestações golpistas e que houve tratamento leniente por alguns componentes do Exército e da Polícia do Distrito Federal. Pergunto: O senhor mantém a mesma posição?”, questionou Melchionna. O ministro rebateu: “Fui muito criticado quando disse que o movimento era democrata, mas a Justiça achava também. Quando eu disse que tinha parentes que participava das manifestações, é porque era verdade. […] Acho que é mais fácil a gente conviver com a verdade do que ficar criando narrativas”, disse Múcio. O ministro também criticou o baixo investimento para a defesa nacional e pediu aumento de recursospara as Forças Armadas.
*Com informações da repórter Iasmin Costa