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Ministro da Saúde defende a realização de parto normal

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu nesta quinta-feira (5) a realização de partos normais no país e afirmou que há “epidemia alarmante” de cesarianas no Brasil. Chioro participou nesta tarde de bate-papo com internautas.

No início do ano, o governo criou regras para que a saúde privada reduza o número de cesarianas. Entre elas, as operadoras deverão orientar os médicos a utilizarem partogramas, espécie de documento com registros do trabalho de parto, para que procedimentos desnecessários sejam evitados.
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“Queremos valorizar o parto normal. A Política de Atenção Integral à Saúde das Mulheres e a Rede Cegonha preconizam a valorização do parto normal, diminuindo a mortalidade materna, a mortalidade infantil. […] Compete a nós o papel de acompanhar como vai a taxa de cesarianas e, o que estamos acompanhando ano a ano, é que [o número] vem aumentando de maneira alarmante e se transformando em uma epidemia inaceitável sob qualquer aspecto”, disse.
Na avaliação de Chioro, “nada justifica o que estamos vivendo no Brasil.” Segundo o ministro, as taxas de mortalidade materna por cesariana são três vezes superiores às taxas decorrentes de parto normal e os índices de mortalidade infantil por esse tipo de parto são 24% maiores que os níveis em razão do parto normal.
Partos
O parto cesáreo é um procedimento cirúrgico para a retirada do bebê por meio de uma incisão abdominal. Ao todo, 84,6% dos partos realizados no Brasil com planos de saúde são cesáreos. A porcentagem deste tipo de parto no Sistema Único de Saúde (SUS) é menor: 40%. No país, levando-se em conta tanto a rede pública quanto a privada, a cesariana representa 55,6% do total dos nascimentos.
Compete a nós o papel de acompanhar como vai a taxa de cesarianas e, o que estamos acompanhando ano a ano, é que [o número] vem aumentando de maneira alarmante e se transformando em uma epidemia inaceitável sob qualquer aspecto”
Arthur Chioro, ministro da Saúde
A recomendação da OMS é que somente 15% dos partos sejam realizados por cesariana, pois essa seria a porcentagem de situações reais de risco à mãe ou ao bebê se o parto for feito por via natural. A cesariana ainda triplica o risco de morte materna por causa de possíveis infecções e acidentes anestésicos, por exemplo.

No bate-papo, Chioro disse ter tomado medidas a fim de reduzir o número de cesarianas na rede privada após receber no Ministério da Saúde ofício de um hospital privado de uma cidade no interior de São Paulo com a informação de que os partos só seriam realizados na unidade das 8h às 18h, entre segunda e sexta-feira.
“Ou seja, a mulher, nesse hospital, não poderia ter mais o bebê depois das 18h, e aos sábados domingos e feriados”, ironizou Chioro. “Chega, não dá mais para tolerar esse tipo de coisa”, completou.
Venda de novos planos
Chioro foi questionado sobre os preços cobrados por operadoras de planos de saúde e afirmou que compete está é “uma questão de mercado”. Ao comentar o assunto, Chioro ressaltou que todos os brasileiros têm acesso à rede pública de saúde e cabe à população e aos gestores públicos “lutar” pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Chioro, porém, ressaltou que não adianta as operadores “saírem vendendo” planos, sem garantir que os serviços serão prestados.

Mais Especialidades
Uma das promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff na campanha eleitoral do ano passado, o Mais Especialidades também foi abordado pelo ministro no bate-papo. O programa, que deve ser lançado ainda neste ano, vai prever, segundo Dilma, o envio de médicos especialistas a cidades do interior e periferias das grandes cidades onde há carência desses profissionais.
Segundo Chioro, o Mais Especialidades vai “incrementar” a saúde pública e o programa Mais Médicos. Na avaliação do ministro, o orçamento do programa não vai “concorrer” com os recursos de outros programas da pasta.
“Ao longo da campanha, ela [Dilma] tratou de maneira muito franca com os brasileiros sobre esse tema e um dos programas que significarão o incremento, a inovação das políticas públicas, é o Mais Especialidades”, disse.

Por | G1 Brasilia

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