Presa preventivamente, a falsa biomédica Grazielly da Silva Barbosa fez um estrago e provocou septicemia no corpo da modelo e influenciadora digital brasiliense Aline Maria Ferreira, 33 anos. Pouco antes de morrer, a vítima apresentava uma forte infecção generalizada, que inundou ambos os pulmões de secreção. Aline perdeu a vida nesta terça-feira (2/7), após passar por um procedimento estético na clínica Ame-se, em Goiânia, de propriedade de Grazielly.
A coluna Na Mira apurou que a influenciadora morreu em decorrência da forte infecção que resultou no que é chamado de pulmão em vidro fosco. “Vidro fosco é uma alteração vista na tomografia de tórax. É uma alteração que aparece secundária a alguma inflamação pulmonar. Ela pode ser causada por uma infecção, como a Covid, por exemplo. É extremamente grave e pode levar à morte, como de fato ocorreu”, disse uma fonte policial.
Após os exames, o Instituto Médico Legal (IML) coletou amostras retiradas dos locais onde a “biomédica” aplicou a substância que matou a influenciadora. Também foram coletados tecidos dos pulmões, coração, fígado, dos dois rins e do cérebro. A iniciativa tenta mensurar a amplitude da infecção generalizada que tomou conta do corpo de Aline e a levou a morte.
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A influenciadora digital Aline Maria Ferreira, 33 anos, morreu nessa terça-feira (2/7)
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Ela morreu após passar por um procedimento estético na clínica Ame-se, em Goiânia (GO)
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O caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
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Segundo parentes de Aline, ela teve uma infecção generalizada após aplicação de PMMA nos glúteos
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Aline morreu em um hospital privado da Asa Sul, onde estava internada desde sábado (29/6)
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Testemunhas informaram à polícia que modelo começou a passar mal logo após intervenção estética feita pela falsa biomédica Grazielly Barbosa, em Goiânia (GO), em 23 de junho de 2024
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Parentes de Aline lembraram que ela voltou para casa, no Gama (DF), e começou a sentir febre e dor na barriga
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Família entraram em contato com a clínica, que recomendou apenas remédio para dor de cabeça
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Segundo relatos, influencer ficou internada de bruços, com as nádegas para cima, e nenhum medicamento dado no hospital surtia efeito
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Clínica fechada Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (4/7), em Goiânia (GO), a Polícia Civil de Goiás (PCGO) deu detalhes sobre o funcionamento da clínica Ame-se, fechada pela Vigilância Sanitária, nessa quarta-feira (3/7). A delegada Débora Melo, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), explicou que Grazielly foi presa em flagrante na clínica.
No momento em que as equipes de policiais chegaram, ela atendia a diversos pacientes. “Verificamos que havia fluxo de pessoas, entrando e saindo. Acionamos a Vigilância Sanitária e fizemos uma fiscalização. Comprovamos que não havia alvará sanitário definindo os tipos de atividades realizadas e nem sequer existia um responsável técnico [no local]”, afirmou a delegada.
“Descobrimos que a presa, embora comercializasse serviços como biomédica, não era [formada na área]. Ela disse que cursou até o terceiro período de medicina em uma faculdade do Paraguai, mas que trancou há três anos. Também nos contou que fez cursos livres na área de estética, mas não apresentou certificados”, completou Débora Melo.
Grazielly foi autuada por exercício ilegal da medicina, por ter realizado diversos procedimentos autorizados apenas para a classe médica; por execução de serviço de alta periculosidade – quando se faz procedimento sem autorização dos órgãos responsáveis pela fiscalização; e por crime contra a relação de consumo, pois induzia os consumidores a erro ao dizer que era biomédica e não explicava os reais riscos das intervenções que efetuava.
A delegada contou, ainda, que localizou uma testemunha, a qual também passou por procedimentos com a falsa biomédica e estava com Aline no momento da aplicação do PMMA.
“A testemunha nos disse que a suspeita não detalhou os riscos, simplesmente disse ser um procedimento tranquilo, simples e aplicado várias vezes. Na clínica, também não havia prontuário, questionário de anamnese, pedidos de exames nem contrato de prestação de serviços. O paciente apenas entrava, fazia o procedimento e ia embora”, destacou a policial.
Os investigadores apreenderam rótulos de substâncias usadas em Aline e também apuram ser houve crime de lesão corporal seguida de morte. Celulares, tanto da falsa biomédica quanto da clínica, também foram recolhidos e podem revelar como a suspeita conseguia comprar os produtos e se há outras pessoas envolvidas.
O caso Parentes da influenciadora contaram que ela teve uma infecção generalizada após aplicação de PMMA nos glúteos. Aline, que somava mais de 47 mil seguidores no Instagram, morreu em um hospital particular da Asa Sul, onde estava internada desde sábado (29/6). Antes, ela também havia sido atendida no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Testemunhas informaram à polícia que a modelo começou a passar mal logo após a intervenção estética feita por Grazielly, no último dia 23. A família da influenciadora detalhou que Aline voltou para casa, no Gama (DF), e começou a sentir febre e dor na barriga. Eles entraram em contato com a clínica, cuja equipe recomendou apenas que a paciente tomasse um remédio para dor de cabeça.
Naquela data, o marido de Aline a levou para um hospital particular, na Asa Norte; posteriormente, para a unidade regional pública da área (Hran), onde a jovem ficou internada por um dia. No sábado (29/6), ela foi transferida para um hospital particular da Asa Sul; três dias depois, não resistiu.
A família de Aline contou que houve aplicação de 30 ml de PMMA em cada glúteo dela. A falsa biomédica chegou a visitar a paciente no Hran, ocasião em que disse não ter aplicado o produto, mas um bioestimulador. Acrescentou, ainda, que Aline poderia ter pegado uma infecção no lençol de casa, versão desmentida pela família da vítima.
Pastor Relatos também dão conta de que a influencer precisou ficar o tempo todo de bruços no hospital, com as nádegas para cima, e que nenhum medicamento dado no hospital surtia efeito, possivelmente devido ao tipo do produto injetado no organismo dela.
Ainda segundo a família, Grazielly, mesmo sem autorização, pediu ao próprio pai para visitar a paciente no hospital, pois “ele seria pastor e faria uma oração por ela”. A coluna não conseguiu contato com a defesa da biomédica. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.