Ordem especifica que o ex-policial deve ser vigiado em todos os espaços comuns da penitenciária, incluindo durante as visitas de familiares e advogados
Reginaldo Pimenta/Estadão Conteúdo
O policial militar reformado, Ronnie Lessa (ao centro)
O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do Ministro Alexandre de Moraes, determinou, nesta segunda-feira (17), que Ronnie Lessa, ex-policial militar envolvido no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, seja submetido a um monitoramento constante de áudio e vídeo. Lessa, que também atuou como delator, revelando informações cruciais sobre o crime, será transferido para o complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo, onde a medida será implementada. A ordem emitida por Moraes especifica que o monitoramento de Lessa deve ocorrer em todos os espaços comuns da penitenciária, incluindo durante as visitas de familiares e advogados, além de abranger todas as comunicações verbais e escritas do detento. Essa medida tem como objetivo principal preservar a ordem interna e garantir a segurança de Lessa, que, ao implicar figuras importantes como os irmãos Brasão e o delegado Rivaldo Barbosa no crime, colocou-se em uma posição de risco.
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A decisão do Ministro, contudo, foi criticada. O sindicato dos Funcionários das Penitenciárias de São Paulo expressou preocupações, alegando que a implementação de um monitoramento tão extenso seria impraticável. Eles argumentam que tal medida poderia afetar negativamente a integridade do sistema prisional e a segurança dos agentes penitenciários, especialmente considerando as limitações existentes mesmo dentro de um regime disciplinar diferenciado, como é o caso de Tremembé. Ronnie Lessa encontra-se detido na penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, aguardando sua transferência para São Paulo. A autorização para essa mudança veio diretamente de Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da defesa do ex-policial.