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Moro cobra apoio do PT e do governo federal em projeto que endurece leis contra o crime organizado

O senador Sergio Moro (União-PR) fez uso da palavra nesta quarta-feira, 22, no plenário do Senado Federal, para se manifestar a respeito da Operação Sequaz, da Polícia Federal, que desarticulou um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) que visava o assassinato de autoridades e políticos, dentre eles o próprio parlamentar. Em seu discurso, o ex-juiz falou em “fato lamentável” e disse o plano era uma “forma de retaliação do trabalho que fizemos como juiz e como ministro da Justiça”, durante do governo Bolsonaro, citando o “isolamento de lideranças do PCC e a transferência para presídios federais”. “Ou nós enfrentamos [o crime organizado], ou quem vai pagar vai ser as autoridades e a sociedade. Não podemos nos render.”

“Não podemos retroceder. Se eles vem pra cima da gente com uma faca, a gente tem que usar o revólver. Se eles usam revólver, temos que usar uma metralhadora. Se eles vê com uma metralhadora, nós temos que ter um tanque de guerra ou carro de combate. Não em sentido literal, mas precisamos reagir a ações do crime organizado”, completou. Moro mencionou ter sido informado no final de janeiro deste ano pelo Ministério Público de São Paulo de que “havia um planejamento do PCC para cometer ataques contra mim e contra minha família”. Segundo ele, os fatos já haviam sido relatos aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que disponibilizaram “a segurança necessária”.

Apesar dos agradecimentos à Polícia Federal, policiais e autoridades, Moro também comentou sobre as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que desejava, durante seu período na prisão, em Curitiba, se vingar do ex-juiz. O parlamentar lamentou e disse que as falas do mandatário colocam ele e sua família a riscos. “Porque incentiva o comportamento de mentes influenciáveis e que podem nos colocar em uma situação vulnerável. Gostaria, mais que uma palavra, um gesto. Gostaria de ter o apoio do governo federal, dos representantes do PT e da base para esse projeto [de lei apresentado], para que possamos superar e redimir esse episódio”, afirmou. “Quando a gente combate a corrupção tentam nos matar com mentiras. Quando a gente combate o crime organizado, tentam nos matar de verdade”, acrescentou.

Com o pedido de apoio do PT, Sergio Moro defendeu que o Legislativo responda com o endurecimento da legislação, citando seu Projeto de Lei 1.307/2023, para ampliar a ampliar a proteção dos agentes públicos. “Estamos assistindo atônitos esses ataques à população civil no Rio Grande do Norte, ataques que tem características terroristas, não são próprios de organizações criminosas. E os fatos de hoje revelam uma ousadia assustadora. Desconheço na história da República o planejamento de organizações criminosas contra promotor do caso, mas especialmente contra um senador (…) Precisamos reagir às ações do crime organizado. E como o Senado deve reagir? Com leis para proteger não apenas as autoridades, mas os cidadãos”, defendeu o senador. Sergio Moro recebeu manifestações de solidariedade de outros parlamentares da Casa Alta, que concordaram em discutir propostas para endurecer as leis atuais.

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