O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou André Felipe de Souza Alves Pereira, de 22 anos, acusado de compartilhar fotos do corpo de Marília Mendonça após a morte por vilipêndio a cadáver, incitação ao crime e concurso material de crimes. De acordo com o MP, o jovem também divulgou imagens dos corpos do cantores Cristiano Araújo e Gabriel Diniz, mortos em 2015 e 2019, respectivamente. André está preso preventivamente. O Ministério Público diz que os crimes foram cometidos pelas redes sociais, onde o jovem teria divulgados links em seu perfil no Twitter. “Sendo figuras públicas, com uma legião de fãs, a divulgação das imagens não só gerou enorme comoção social, como também insuflou a curiosidade mórbida de diversos usuários, o que fez aumentar o alcance das publicações para milhares de pessoas”, disse o MP.
Marília Mendonça morreu no dia 5 de novembro de 2021, após a queda de um avião de pequeno porte, em Caratinga, Minas Gerais. Os demais ocupantes da aeronave também morreram no local. Em 2019, o avião que levava o cantor Gabriel Diniz caiu no povoado Porto do Mato, em Estância, no sul do Sergipe, no dia 27 de maio de 2019. O cantor e outras duas pessoas morreram no acidente. Já Cristiano Araújo morreu em um acidente de carro na manhã do dia 24 de junho de 2015, na BR-153, entre Morrinhos e Pontalina, em Goiás. O carro onde o cantor estava capotou no km 614, quando o artista voltava de uma apresentação na noite anterior, em Itumbiara. A namorada do artista, Allana Coelho Pinto de Moraes, também morreu.
O jovem também é acusado por divulgação do nazismo, racismo e xenofobia. Ele teria veiculado, entre junho de 2022 e abril de 2023, “símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos com utilização da cruz suástica”, em seu perfil, segundo o MP. De acordo com o órgão, André teria “induzido e incitado discriminação e preconceito de raça e etnia contra nordestinos”. O jovem chamou os nordestinos de “escória” e “colocando-os como problema do Brasil”, afirmando que eles fossem colocados em campos de concentração. Segundo o MP, o acusado teria utilizado um documento falso e atentou contra a segurança e funcionamento das atividades escolares ao divulgar publicações incentivando novos ataques no dia 20 de abril, como “homenagem” ao Massacre de Columbine, em 1999. “O denunciado faz postagens de cunho violento, incentivo a mortes e com armas”, afirmou o MP. Também foi solicitada a retirada do perfil de André do Twitter, como também dos links de divulgação das imagens e vídeos. Somadas, as penas podem chegar de 10 a 31 anos de prisão. A reportagem do site da Jovem Pan não conseguiu localizar a defesa do denunciado.