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Mudanças no Instagram podem afetar produção de conteúdo e influenciadores

A mais recente atualização do Instagram tem gerado debates entre usuários e influenciadores. Com feed de tela cheia e redução nos stories exibidos automaticamente, a plataforma agora se baseia no “modelo TikTok” para a reprodução de conteúdo.
A novidade impacta diretamente o consumo de conteúdo. “Os stories estão morrendo”, aponta a especialista em estratégias digitais e CEO da AcoutPlus, Adriana Coutinho, que integra o grupo de influenciadores que recebem antes as atualizações da plataforma.
De acordo com a especialista, o Instagram investe em novas estratégias para bater de frente com o TikTok, buscando mudar e redirecionar o comportamento dos usuários. “Após usar o “Cenas”, que não obteve o sucesso esperado, o Reels vem para realizar a substituição e vai ser o formato mais interessante dentro da rede”, explica Coutinho.

Instagram como meio profissional

Para a influenciadora brasiliense Nayla Neris, de 23 anos, as mudanças afetam negativamente seu trabalho. “É notório em relação aos insights, a diminuição de alcance, do número de visualização dos stories, com relação há um tempo. A entrega de material, de foto e vídeo postado não alcança mais o público. Essas mudanças afetam muito o consumo das pessoas”, relata.
Nayla divide seu tempo entre o trabalho com a produção de conteúdo, a faculdade e o trabalho presencial em uma empresa de saúde. “Essas mudanças tornaram a produção de conteúdo mais difícil. Para mim é muito mais fácil e prático somente tirar e postar fotos”, lamenta a jovem.
Por outro lado, as novas atualizações não são desanimadoras. Questionada se abandonaria a vida nas redes sociais, Nayla foi categórica: “O Instagram é um recurso de trabalho para muita gente, então a gente se adapta ao que está acontecendo no momento, como nos adaptaríamos a qualquer outro emprego”.
Segundo Coutinho, quem usa a plataforma como meio profissional precisa estar sempre atento às rápidas mudanças.”Temos que acompanhar as mudanças, se não vamos nadar e morrer na praia, pontua. A especialista enfatiza a necessidade de traçar estratégias e criar “networking”.
“Você precisa estar onde as pessoas (público-alvo) estão”, finaliza.

Mudanças no consumo

Moradora de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, Lavínia Natália dos Santos, de 23 anos, era influenciadora. Com um perfil de mais de 22 mil seguidores, a jovem navegou por anos na produção de conteúdos. Hoje, decidiu excluir o perfil e se dedicar à faculdade.
Para Lavínia, o direcionamento do público para o reels é estratégico. “No reels a quantidade de visualizações fica exposta. Para muitas influencers, é muito importante você ter uma boa visualização, ou seja, números e quantidade. Qualquer um que tenha acesso ao perfil, clica e vê o número de visualizações nos vídeos”, comenta.
“Eu acredito que a mudança seja mais negativa do que positiva, criar conteúdo não é uma coisa fácil. Criar conteúdo para um stories é muito mais fácil do que o reels”, compartilha a jovem. “Para as pessoas que não criam conteúdo, se essa atualização for baseada realmente no TikTok, o Instagram vai estar perdendo a identidade da plataforma”.
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