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‘Não é possível que os pais não vejam alteração comportamental dos filhos’, diz delegado

Nesta segunda-feira, 17, o programa Pânico recebeu o delegado Fábio Pinheiro e o ex-deputado estadual Fernando Capez. Em entrevista, eles discutiram a alta dos casos de ataques e massacres em escolas brasileiras. Segundo Pinheiro, o serviço de inteligência digital da Polícia Civil impediu mais de uma dezena de ataques no Estado de São Paulo. “Temos a divisão cyber, a primeira instalada no Brasil foi em São Paulo. Temos um convênio com um programa americano que controla as redes e nos avisa de possíveis ataques. Vê a operação comportamental, antes do ataque no Morumbi, já tínhamos evitado quatro. Tiveram mais 14 ameaças, hoje foi a primeira que a gente pegou e viu que era real”, descreveu. Pinheiro ainda pediu que os pais auxiliem a polícia nos trabalhos e observem o comportamento de seus filhos em casa. “A escola é um complemento da educação, a educação é feita dentro de casa, não é possível que os pais não vejam uma alteração comportamental dos filhos. Moleque agressivo, trancado dentro de casa, andando armado”, acrescentou.

Fernando Capez complementou a fala do delegado e ressaltou o comportamento entre grupos que planejam massacres em coletivos virtuais. “O importante é que esses agressores se tornam verdadeiros ídolos, eles tem uma legião de admiradores, vão combinando esses ataques muito antes deles ocorrerem. Desde Columbine [famoso massacre de escola americana], aqui no Brasil ocorreram mais 20 ataques, um vai inspirando outro. A primeira inteligência que tem que ser feita é dentro de casa. Os pais, vendo o comportamento do filho, têm a obrigação de avisar a polícia”, orientou. “A redução da maioridade vai levar muito tempo. O Congresso Nacional precisa ver essa oportunidade para ver o tempo de internação do menor, as medidas socioeducativas previstas na legislação têm apenas caráter educativo ou preventivo e punitivo?”, questionou.

Com os altos índices de assaltos no centro de São Paulo, Fábio Pinheiro deu orientações para proteger os pertences e evitar ataques na região. “Eles levam o celular aberto, põe seu celular no Youtube e a tela não bloqueia mais. Ele habilita uma segunda identificação, põe o rosto dele e pronto. Começam a fazer o diabo. Até que a polícia consiga fazer esse policiamento de forma mais adequada, conseguir prender esses criminosos, a gente orienta a não ficar moscando, vacilando com o celular”, disse. Fernando Capez também ressaltou a importância da criação de políticas públicas para a região da Cracolândia, que se concentra em pontos da região central da capital. “Precisa de uma reurbanização da área. Essas pessoas precisam ser tratadas. Tem que começar a fazer alguma coisa. É um ambiente de criminalidade, mas para se resolver todo o problema efetivamente, precisa de políticas mais eficazes e eficientes. A internação é essencial. É poder executivo, construção de hospitais, internação compulsória. sem a internação você não consegue tratar”, avaliou.

Confira na íntegra a entrevista com Fábio Pinheiro e Fernando Capez:

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