Senado Federal analisa nesta terça-feira, 13, a medida provisória que recriou a política habitacional; na estreia de sua live semanal, o presidente defendeu que o benefício pode incluir mais faixas de renda
Reprodução/YouTube/Lula
Na estreia do ‘Conversa com o Presidente’, Lula (PT) falou sobre uma possível ampliação do Minha Casa, Minha Vida
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou o programa “Conversa com o presidente” na manhã desta terça-feira. A live semanal foi transmitida em todas as redes sociais do petista e do governo. A ideia de uma transmissão ao vivo periódica é uma espécie de reedição das lives feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que tinha o hábito de se comunicar diretamente com apoiadores às quintas-feiras. No formato que tenta simular um bate-papo informal, conduzido pelo jornalista Marcos Uchôa, o presidente falou sobre uma possível ampliação para o programa Minha Casa, Minha Vida. O momento é significativo, pois o plenário do Senado Federal analisa nesta terça-feira, 13, a medida provisória (MP) que recriou o programa habitacional. Proposta visa atender famílias com renda mensal de até R$ 8 mil na zona urbana e anual de até R$ 96 mil na zona rural. Com a votação praticamente encaminhada para a aprovação, Lula declarou que o benefício pode incluir mais faixas de renda.
“Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa Minha Vida para as pessoas mais pobres, precisamos fazer Minha Casa Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil, esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor. Então nós vamos ter que ter capacidade de fazer uma quantidade enorme de casa para essa gente. Nós vamos ter que pensar em todos os segmentos da sociedade para a gente poder fazer com que as pessoas se sintam contempladas pelo governo”, afirmou. Visando este objetivo, Lula destacou a necessidade de concluir obras paradas: “”Nós encontramos 14 mil obras paradas. Só na área da Educação são 4 mil obras paradas. No Minha Casa Minha Vida são milhares de casas que ficaram paradas desde o tempo do governo Dilma. Tudo isso é um processo de estudar, para saber se a estrutura está boa, para a gente reconstruir essas casas, escolas de tempo integral e creches”.
O presidente também defendeu a continuidade das políticas de valorização do salário mínimo e aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda: “Quando resolvemos aumentar o salário mínimo, avisamos que aumentaríamos um pouco esse ano, e que a partir de agora, todo ano o salário mínimo aumentará. Quando aumentamos a faixa de isenção do IR até R$2.640, é com o foco de chegar a isenção até R$5.000”. Lula também falou sobre o início do “Desenrola”, programa de renegociação de dívidas do governo: “Estamos preocupados em encontrar uma saída para 72 milhões de brasileiros e brasileiras que devem alguma coisa, que estão com o nome no Serasa. Queremos ajudar essa gente, por isso estamos com um programa chamado Desenrola, porque queremos desenrolar! Prometemos durante a campanha e vamos garantir para o povo. Encontrar um jeito de limpar o nome da pessoa para ela voltar à normalidade”.
A respeito do agronegócio, que tem protagonizado embates com o governo, Lula falou sobre novos tipos de investimentos no Plano Safra e prometeu uma reforma agrária “tranquila e pacífica”: “Não há incompatibilidade entre o pequeno e médio produtor rural e o grande produtor rural. Agricultura familiar e agronegócio são complementares, e o Brasil precisa dos dois. Vamos anunciar o Plano Safra agora tanto para a agricultura familiar quanto para o agronegócio, o que queremos é que todos cresçam”.
“É essa a reforma agrária que vamos fazer no país: tranquila e pacífica. É essa a que nós vamos fazer. Colocando os trabalhadores querem trabalhar para trabalhar. Não tem problema, não tem que haver guerra. O que tem que haver é a compreensão de que o Brasil precisa ter segurança alimentar e precisa produzir muito, pra gente ter o estoque regulador. Se tiver uma crise de alimentos no mundo, temos que ter garantia que não vai faltar arroz e feijão pro nosso povo (…) A Conab é importantíssima. O país precisa de um estoque regulador de alimentos. Se houver uma crise de alimento no mundo, temos que ter certeza que não nos faltará alimento. E precisamos garantir preço mínimo para o pequeno produtor, para que ele receba ao menos o que investiu”, argumentou.
No fim, a estreia do “Conversa com o Presidente” contou com uma estreia tímida e chegou a obter um pico de 6 mil pessoas simultâneas na conta do YouTube presidencial. Ao final da transmissão, a conversa tinha sido vista por 12 mil usuários da plataforma de vídeos. Audiência bastante inferior às centenas de milhares de visualizações simultâneas que Bolsonaro já chegou a obter em suas lives.