São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), pediu ajuda à cúpula do seu partido para tentar conter o engajamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) à Prefeitura de São Paulo na eleição do ano que vem.
Nunes quer se valer do fato de que o MDB integra o governo Lula e o apoio no Congresso para convencer Lula a se abster de fazer uma campanha intensa para Boulos, considerado seu principal adversário na busca pela reeleição no ano que vem. O partido tem três ministros: Simone Tebet (Planejamento), Jader Filho (Cidades) e Renan Filho (Transportes).
“O MDB entende que o projeto nacional principal é a eleição na cidade de São Paulo, ter seu prefeito disputando a reeleição. Me filiei no MDB no dia que tirei meu título de eleitor, tenho uma história no MDB”, disse o prefeito.
“Seria de bom grado, mantendo a questão da civilidade, da boa relação, uma vez que o MDB faz parte do governo, de que fosse dialogado com o presidente para que, da mesma forma que o MDB respeita a posição dele, que ele também respeite a posição do MDB na cidade e que a gente possa ter uma eleição de discussão da cidade”, disse Nunes.
A estratégia foi debatida por integrantes do diretório nacional do MDB em uma reunião ocorrida em São Paulo nessa segunda-feira (15/8). O presidente do partido, Baleia Rossi, ficou de tentar uma reunião com Lula para tratar do assunto.
Embora Nunes tenha se reunido com Jair Bolsonaro (PL) por duas vezes no último mês em busca de apoio dos bolsonaristas, aliados do prefeito avaliam que ter o ex-presidente em sua órbita pode nacionalizar a disputa, o que também faria Boulos buscar uma associação mais forte a Lula.
Por isso, Nunes tentará no ano que vem, de acordo com o planejamento de seus aliados, limitar o debate eleitoral a temas locais. Para a equipe do prefeito, uma discussão municipal seria mais vantajosa ao emedebista, que terá obras e outros projetos para exibir como vitrine na campanha, enquanto Boulos teria apenas alguns meses de mandato como deputado federal para explorar.