Na última segunda-feira (18), o parlamento alemão tomou uma decisão crucial ao rejeitar a moção de confiança proposta pelo chanceler Olaf Scholz, um movimento que abre caminho para a formação de um novo governo. Esta decisão pode resultar em eleições antecipadas, já marcadas para o dia 23 de fevereiro. Scholz, que lidera o governo, convocou a moção no Bundestag, a câmara baixa do parlamento, após perder a maioria parlamentar devido à implosão da aliança entre sociais-democratas, ecologistas e liberais. O resultado do voto de confiança foi claro: 394 deputados votaram contra, enquanto 207 apoiaram e 116 se abstiveram.
Com a rejeição da moção, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, enfrenta agora a tarefa de decidir sobre a dissolução da câmara e a convocação de novas eleições parlamentares, um processo que deve ocorrer dentro de três semanas. A Alemanha, que é a maior economia da Europa, encontra-se em meio a uma grave crise política, que lembra a instabilidade política vivida pela vizinha França. Esta será a quarta vez em 75 anos que o país se vê obrigado a antecipar eleições desde a fundação do estado moderno. A coalizão liderada por Scholz desmoronou no início de novembro, após a demissão de Christian Lindner do cargo de Ministro das Finanças, motivada por divergências sobre o orçamento.
Desde então, as iniciativas legislativas estão paralisadas, com o governo operando em minoria. A crise atual é o resultado de meses de disputas entre os três partidos aliados, que não conseguiram chegar a um consenso sobre questões cruciais como política econômica, migração e conflitos pessoais. No sistema parlamentar alemão, o chanceler atua como chefe de governo, enquanto o presidente tem um papel protocolar. A situação política atual destaca os desafios que a Alemanha enfrenta para manter a estabilidade governamental em meio a divergências internas significativas.
*Com informações de Thiago Uberreich
*Reportagem produzida com auxílio de IA