Socorri-me de Örjan Olsén, da Analítica Consultoria, Doutor em Comunicação Pública pela Syracuse University, para explicar da maneira mais didática possível o desafio que Lula e Bolsonaro têm pela frente na tentativa de se eleger presidente da República.
Elege-se o que atrair pelo menos 50% mais um dos votos válidos. No primeiro turno, o total de votos válidos foi 118.229.502, excluídos os brancos e nulos. Se esse total se repetir no segundo turno, 50% mais um dos votos válidos é igual a 59.114.752 votos.
Levando-se em conta o número de votos válidos conquistados pelos dois candidatos no primeiro turno, para Lula se eleger ele precisaria:
* manter todos os votos que teve no primeiro turno e ganhar mais 1.855.347. Como? Ou tomando-os de Bolsonaro (o que representaria 3,633% dos votos válidos obtidos por Bolsonaro), ou indo pescá-los entre os 9.897.234 de votos dados aos demais candidatos.
Para Bolsonaro se eleger, ele precisaria:
* manter os votos que teve no primeiro turno e ganhar mais 8.042.518. Como? Tirando-os de Lula (o que representaria 14,046% dos votos que Lula teve), ou da massa de votos concedidos aos outros candidatos. Significaria: atrair 81,25% dos votos de Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), etc…
Lula poderá roubar votos de Bolsonaro e vice-versa, mas numa eleição tão polarizada, o provável é que os eleitores nem um nem outro decidam a sorte dos dois. Simone deverá anunciar apoio a Lula, e o MDB liberar seus quadros para que apoiem quem quiser. Ciro ainda hesita em apoiar Lula, mas o PDT o fará.
Se Ciro irá se refugiar em Paris ou Sobral, interior do Ceará, terra de sua família, não sei. Ele está abatido. No Ceará, ficou atrás de Lula e de Bolsonaro e não elegeu seu candidato ao governo. Simone será ministra de Estado caso Lula vença. Foi com a caneta do pai dela que Lula assinou seu ato de posse em 2003.
A tendência do PSDB, ou do que restou dele, é ficar em cima do muro fazendo cara de paisagem, ou de tucano. Não mais do muro do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Dali, o PSDB está sendo varrido depois de décadas de conforto para dar lugar a Tarcísio de Freitas (PL) ou a Fernando Haddad (PT).
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