Até o momento, governo federal não se manifestou sobre o caso; GSI diz que abriu sindicância para apurar eventual irregularidade na conduta dos agentes
FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias
Após a divulgação de imagens que mostram o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto durante os atos de 8 de Janeiro, parlamentares da oposição acusam o governo federal de omissão por supostamente acobertar a atuação chefe do GSI e pedem investigação. Nas redes sociais, as manifestações provocam a necessidade da instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos do dia 8 de janeiro. “A CPMI precisa acontecer para apurarmos a ações e omissões do que ocorreu no dia 8 de janeiro”, escreveu o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. “Agora está explicado porque o governo quer evitar a qualquer custo a CPMI dos atos de 8/1”, disse a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). “É por isso que queriam esconder as imagens e por isso não querem a CPMI”, criticou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ)
Na terça-feira, 18, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSB-MG) adiou a sessão no Congresso onde seria feita a leitura para a instalação da CPMI, após reunião com lideres. O governo tenta convencer parlamentares a retirar assinaturas a favor da instalação da comissão. “(Os vídeos) expõem um fato gravíssimo e exigem apuração rigorosa. E reforça a urgência da instalação da CPMI do 8/1, que vem sendo barrigada no Congresso”, disse o deputado federal Mendonça Filho (União-PE).
Nas imagens do circuito interno do Palácio do Planalto, obtidas pela Jovem Pan, Gonçalves Dias aparece à paisana no terceiro andar do edifício, na antessala do gabinete presidencial, aparentemente auxiliando outros militares do GSI na retirada de manifestantes do local para o segundo andar. Até o momento, nenhuma autoridade do governo federal se pronunciou sobre a divulgação dos vídeos. Em nota, o GSI justificou que os agentes estariam tentando evacuar o quarto e o terceiro andar do edifício, concentrando os manifestantes no segundo andar, e que abriu sindicância para apurar eventual irregularidade na conduta dos agentes. Mais cedo, após a divulgação das imagens, o chefe do GSI faltou em audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, onde a presença dele já estava prevista, alegando “problemas de saúde”.