O Bahia não começou bem a sua trajetória na Copa do Nordeste. Depois de estrear com derrota para o Sampaio Corrêa, o Esquadrão empatou por 2×2 com o Ferroviário, na noite deste sábado (4), na Fonte Nova.
O gosto amargo para os tricolores ficou ainda mais acentuado já que o time teve muitas chances para construir um placar elástico, voltou a pecar nas finalizações e levou o empate aos 47 minutos do segundo tempo. Após a partida, o técnico Renato Paiva destacou a atuação do time, mas admitiu que os atletas precisam melhorar a capacidade ofensiva.
“Dar os parabéns aos jogadores, fizeram um jogo não a 100%, mas com momentos interessantes. Criaram um volume de finalizações enorme. Hoje tivemos o último passe, a finalização, mas não tivemos gol com bola corrida. É um problema que penaliza as equipes. Continuo a dizer que estaria mais preocupado se fizéssemos cinco ou seis jogos como fizemos com o Barcelona de Ilhéus. O empate e a derrota [na Copa do Nordeste] não foram jogando mal, foi jogando bem. Depois voltamos aquela história de que o adversário nos penaliza por não ter feito os gols. São detalhes que nos penalizam, mas não foi um jogo ruim. Foram 90 minutos com bons momentos”, iniciou ele.
“Nós temos que trabalhar os jogadores, desenvolver e fazer com que ganhem confiança, confiança nas finalizações. Em termos gerais estivemos bem, permitimos que o adversário finalizasse duas vezes. É uma equipe jovem, que às vezes quer ir com muita intensidade, com pressa, e às vezes tem que ter paciência”, completou.
Renato Paiva foi questionado sobre a busca por equilíbrio entre defesa e ataque. Dos oito jogos que o Bahia disputou na temporada, o tricolor foi vazado em seis deles. De acordo com o treinador, a exposição defensiva é normal em equipes que propõem o jogo.
“As equipes que propõem mais expõem-se a isso. Tínhamos apenas um gol sofrido de bola corrida até hoje. Tivemos gols de pênalti, de lado de campo. Mas em dinâmica efetiva dos adversários não tínhamos. Tivemos hoje. Uma em uma situação de contra-ataque. Isso acontece nas equipes que querem jogar para ganhar. É impossível criar tantas situações sem se expor contra equipes que não querem jogar tanto”, disse ele, antes de completar:
“Em função disso eu não posso pedir que o meu time ataque com cinco e fique com cinco atrás. Acho que a nossa torcida está triste porque não ganhamos, mas está consciente de que existe um trabalho. O time defensivamente está sólido, mas estamos sofrendo contra os nossos adversário. É continuar a trabalhar e acreditar no processo”.
EVOLUÇÃO
Durante a entrevista, Renato Paiva falou especificamente sobre as atuações do atacante Kayky. Foi em uma jogada dele no ataque que o tricolor perdeu a bola e sofreu o contra-ataque que originou o primeiro gol do Ferroviário. De acordo com ele, o jogador de 19 anos precisa ser mais coletivo para evoluir e encontrar a sua melhor forma.
“Kayky é um jogador que não joga com regularidade há um ano. Um jogador que tem na sua qualidade técnica o ponto forte, que arrisca. Os jogadores que arriscam perdem mais do que os que não arriscam. Ele tem lances que nos deram o resultado, como foi no Ba-Vi. Hoje estava no lance, mas tem que perceber que às vezes a qualidade dele tem que servir mais à equipe. Isso faz parte do crescimento dele. Quando ele perceber que a sua qualidade tem que estar à serviço do coletivo, será um super jogador.