O Censo 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, pela primeira vez, o maior grupo étnico da população brasileira é de pessoas pardas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 22, e confirmam a tendência de alteração do pertencimento étnico-racial dos brasileiros. No ano passado, a população brasileira era composta por 92.083.286 pessoas pardas (45,3%), 88.252.121 brancas (43,5%), 20.656.458 pretas (10,2%), 1.694.836 indígenas (0,8%) e 850.130 amarelas (0,4%). Ao longo dos últimos 31 anos, a população branca ocupava a liderança em todas as faixas etárias. No entanto, os resultados do Censo 2022 mostram um crescimento dos grupos de pretos e pardos em todas as idades, enquanto a população branca perdeu representatividade, apesar de ainda ser predominante entre os mais velhos.
Os critérios utilizados pelo IBGE para a classificação de acordo com cor ou raça são: branca, preta, amarela, parda e indígena. A coleta das informações é feia por meio de autodeclaração, ou seja, com base na percepção do indivíduo sobre ele mesmo. No quesito regional, Sul e Sudeste apresentam majoritariamente população branca, chegando a 72,6% no Sul. Norte, Nordeste e Centro-Oeste possuem maioria parda, sendo que apenas na região Norte a proporção é de 67,2%. O Rio Grande do Sul possui a maior proporção de brancos, com 78,4%, enquanto a Bahia é o Estado com maior número de pretos, em 22,4%. O Pará tem a maior proporção de pardos, com 69,9% e Roraima o maior número de indígenas, com 14,1%. Em São Paulo, o destaque é para o número de amarelos (pessoas de origem oriental), com 1,2%.
Comparado ao resultado do Censo 2010, destaca-se o crescimento de 42,3% da população preta e de 11,9% da população parda, enquanto houve uma diminuição de 3,1% da população branca. A população preta passou de 14.517.961 para 20.656.458 nos últimos 12 anos, enquanto o número de pessoas pardas aumentou em cerca de dez milhões e o de brancos diminuiu de 90.621.281 para 88.252.121. Por outro lado, o número de pessoas amarelas apresentou uma diminuição significativa, representando uma perda de quase 60% em relação a 2010. A população amarela voltou aos patamares próximos aos aferidos nas pesquisas realizadas entre 1991 e 2000. Em relação às faixas etárias, a população branca predomina entre as pessoas com 45 anos ou mais, enquanto a população parda é maioria entre os jovens. Em 2022, os pardos tiveram a maior participação relativa nas faixas de 0 a 14 anos e de 15 a 29 anos. As menores proporções foram encontradas nos grupos com 60 anos ou mais.