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Parque tecnológico da Bahia: 10 anos sem sair da primeira etapa

O governo do Estado “celebra” 10 anos de fundação do parque tecnológico na Bahia. Era pra ser um ambiente que abriga empresas que têm a tecnologia e inovação como centro de seus negócios e constituem uma relação de sinergia entre a indústria, as universidades, o poder público e a sociedade civil. Dessa articulação surgiriam novas tecnologias, inclusive sociais, refletindo em melhorias para a sociedade. Os governos que levam a sério a ciência, a inovação e a tecnologia sabem que os benefícios de ter um parque tecnológico em operação são inúmeros, tanto na área social como financeira.

Com a constante criação de novas empresas, o estado ganha com aumento na arrecadação, geração de empregos e mobilidade social da população. Vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI), o “dito” Parque Tecnológico da Bahia foi inaugurado em 19 de setembro de 2012, com o objetivo de abrigar empresas de Tecnologia da Comunicação e Informação, desenvolver pesquisa em bioinformática, biossensores e desenvolvimento de softwares, além de fornecer um espaço exclusivo para fomentar a geração de empreendimentos inovadores. Para a construção do Tecnocentro foram investidos R$ 53 milhões.

Na inauguração, foi anunciado o investimento de mais R$ 59 milhões na implantação da segunda etapa, que ficaria pronta em 2014. No início da operação, empresas âncoras e de renome internacional foram selecionadas para desenvolver pesquisas no Parque, dentre elas: IBM Brasil, Sábia Experience Tecnologia S.A., Indra Brasil S.A., Ericsson e Portugal Telecom. Todas se retiraram sem desenvolver nenhum projeto significativo. Até a Incubadora de empresas, Aity, que chegou a ser durante um período a maior do Norte/Nordeste em quantidade de empresas instaladas, definhou.

Hoje, 10 anos depois, o projeto do Parque não saiu da sua primeira etapa. Então, o que comemorar? Qual foi o retorno para a sociedade desses R$ 53 milhões? É difícil entender como o Governo, dispondo de uma área de 581.000m2, mantém apenas um prédio em uma área de 25.900m2. Podemos chamar essa única edificação que encontra-se caindo aos pedaços de Parque tecnológico?  O que faz qualquer equipamento dinamizador de inovação prosperar é gestão.

O Parque Tecnológico da Bahia precisa deixar de ser um peso para sociedade e se tornar um gerador de soluções tecnológicas, emprego e renda. Ele precisa de uma gestão com real visão de mercado e que promova ações em prol da criação da ambiência inovadora necessária. É preciso aplicar as premissas básicas de todos os parques tecnológicos que funcionam: colocar pessoas certas, nos lugares certos, para captar recursos privados que permitam desenvolver projetos de ponta, tragam auto sustentabilidade e coloquem a Bahia no lugar de destaque como Estado gerador de capital humano, conhecimento, inovação e tecnologia.

Estamos longe do momento de comemorar. Precisamos é de um plano com ações concretas para que o Parque Tecnológico da Bahia seja auto-sustentável e promova a Ciência, Tecnologia e Inovação propiciando um diferencial econômico/competitivo, intelectual e social para os baianos. 

Luis Gaban, diretor de inovação na prefeitura de Salvador

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