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Peritos do Iphan dizem que prejuízos por depredação no Planalto podem passar de R$ 8,5 milhões

Balanço minucioso e lista completa de itens do patrimônio e obras de arte danificadas só poderá ser concluído após limpeza e perícia serem finalizadas na Praça dos Três Poderes

TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Vandalismo na Praça dos Três Poderes devem custar milhões de reais aos cofres públicos para reformas e reparos

Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram no Palácio do Planalto na última segunda-feira, 9, para fazer um levantamento dos danos causados por vândalos ao acervo patrimonial do local e obras de arte. A instituição ainda aguarda a perícia e limpeza dos espaços para fazer um levantamento mais minucioso. Entretanto, um primeiro balanço já foi feito, identificando uma lista de obras danificadas – incluindo pinturas, esculturas e mobiliário, que no Planalto, principalmente na área de visitação, são artigos da época da construção de Brasília – que podem passar de R$ 8,5 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Segundo o ministro de Comunicação, Paulo Pimenta, tapumes não vão ser colocados no Palácio do Planalto, para que o trabalho continue normalmente. Ainda não foram divulgados os custos para recolocação das vidraças quebradas no prédio.

Dentre as obras afetadas estavam Bandeira do Brasil (1995), de Jorge Eduardo, que ficava no térreo do prédio. A galeria dos ex-presidentes, com fotos de todos os ex-mandatários da República também foi completamente destruída. No segundo andar do prédio, há muitos quadros rasurados e quebrados, especialmente fotografias. No terceiro andar, o painel As Mulatas (1962), de Di Cavalcanti, principal peça do salão, foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos. A obra é uma das principais e mais importantes da produção de Di Cavalcanti e seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças de tal magnitude costumam ter valores até cinco vezes superior a esse quando vendidas. Houve esculturas quebradas. A mesa de trabalho de Juscelino Kubitschek, da época da inauguração de Brasília, foi utilizada como barricada pelos manifestantes. Um relógio de pêndulo do século XVII feito por Balthazar Martinot, que foi dado de presente da corte francesa ao rei de Portugal Dom João VI, também foi destruído. Martinot foi relojoeiro do rei francês Luís XIV. Além de desse relógio, há apenas mais existente no mundo feito pelo mesmo autor. O outro está em exposição no Palácio de Versalles, na França, mas o que ficava no Palácio do Planalto, em Brasília, era duas vezes maior. Não é possível calcular o alto valor da peça de Martinot. Na avaliação dos especialistas, dificilmente será possível restaurar a peça.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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