Trabalhadores ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiram iniciar nesta sexta-feira, 24, o que chamam de estado de greve. A paralisação foi aprovada em assembleia. O objetivo, segundo a FUP, é marcar posição contra o processo de desinvestimento, também chamado de venda de ativos ou privatização, e também contra a manutenção de alguns gerentes indicados no governo Bolsonaro em cargos de chefia na gestão de Jean Paul Prates. Na sexta-feira da semana passada, dia 17, a diretoria da Petrobras decidiu manter os processos de venda de ativos cujos contratos já tinham sido assinados, o que, segundo a FUP, mostra que os diretores ignoraram a orientação do Ministério de Minas e Energia, que havia pedido a suspensão da venda de ativos por 90 dias para que uma reavaliação fosse feita. O Conselho de Administração da Petrobras ainda não se posicionou se irá ou não seguir com as vendas. Prates, presidente da estatal, afirmou esta semana, no Rio de Janeiro, que não vai desrespeitar contratos já assinados. “O que não está assinado vai continuar sendo tratado, mas dentro de uma nova ótica, não sei se vai ser vendido ou não. O que está assinado vai ser cumprido”, declarou.
Representantes da FUP se reuniram nesta semana com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e expuseram a posição da categoria. Historicamente, a FUP é muito próxima o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas, neste terceiro mandato dele, os petroleiros têm se posicionado contrariamente a alguns movimentos que vem acontecendo em torno da Petrobras. Uma das críticas mais fortes envolve as indicações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para cargos de futuros conselheiros da empresa. De acordo com a FUP, muitos dos indicados são ligados ao centrão ou têm alguma conexão com o governo de Bolsonaro.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga