Coube a uma empresa baiana de Jacobina a missão de liderar a primeira certificação ESG da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Passada a emoção do momento que oficializou o feito, com a chancela da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, chega a hora de acolher a responsabilidade do pioneirismo e seguir inspirando.
Quando foi apresentada à Jacobina Mineração a possibilidade de obter essa certificação, sabíamos que seria um grande desafio, mas também que tínhamos uma equipe à altura. E, como diz Steve Jobs, “grandes coisas em termos de negócios nunca são feitas por uma pessoa. São feitas por uma equipe de pessoas”.
Muita gente pode pensar que foi um trabalho de apenas seis ou sete meses. Mas a verdade é que nós já fazíamos isso muito antes de surgir a sigla ESG (Environmental, Social and Governance, que pode ser traduzido para o português como governança, ambiental, social e corporativa). Nós somos do tempo em que ainda se falava nos famosos três Ps (People, Planet e Profit (em português: Pessoas, Planeta e Lucros).
Temos uma forte atuação no campo social e faz parte dos nossos valores desenvolver as comunidades nas quais estamos. Cuidar do meio ambiente também é mais do que uma responsabilidade legal, é sobretudo moral. Temos uma consciência de mundo e queremos prover os recursos necessários para a geração atual, mas deixando um legado para as gerações futuras. Esse é o conceito básico da sustentabilidade.
Nossa empresa sempre atendeu todos os critérios de governança, sem os quais não seria possível, por exemplo, figurar na Bolsa de Valores. Mas essa é a parte mais “fácil”. Os maiores desafios são garantir uma área industrial com o mínimo de impacto – e que ele, se ocorrer, seja remediado –, e colocar no orçamento valores expressivos para o setor social. Isso é inserir o conceito de ESG no modelo de negócio.
É preciso sair do discurso de marketing nas redes sociais, e executar. E como fazemos isso? Só para citar uma referência, durante o ano de 2022, a JMC investiu quase R$ 4 milhões em ações de responsabilidade social. Foram R$ 2 milhões executados através do Instituto Yamana, R$ 1,4 milhão investido em projetos de cultura, R$ 500 mil voltados para iniciativas de fomento ao esporte e pelo menos R$ 300 mil direcionados para iniciativas de saúde.
Também buscamos evoluir no campo da inclusão e diversidade. Temos um número crescente de mulheres trabalhando em cargos que vão da operação de equipamentos até a vice-presidência. Oferecemos oportunidades também para pessoas com deficiência, inclusive em postos de liderança. É assim que se faz ESG, seguindo as regras de compliance e tendo um cuidado especial com o meio ambiente, e com aquilo que é mais importante para nós, que são as pessoas. Esse, sim, é nosso verdadeiro ouro.
Sandro Magalhães é Country Manager, Brazil & Argentina da Pan American Silver, incluindo a Jacobina Mineração