A Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou nas redes sociais uma nota de repúdio à minissérie “Justiça”, da TV Globo, que traz um PM como vilão. O policial Douglas, vivido por Enrique Diaz, planta drogas na casa da vizinha Fátima (Adriana Esteves) para se vingar do fato dela ter matado seu cachorro. A armação deixa Fátima sete anos na cadeia. Além disso, ele é mostrado em uma abordagem policial em que libera jovens brancos e revista apenas uma negra.
“Justamente aquele profissional que defende a sociedade com a própria vida, que zela pela segurança do cidadão, que garantiu a tranquilidade dos Jogos Olímpicos”, diz a nota, assinada por Oderlei Santos, coordenador de comunicação social da polícia. “O que estará pensando a viúva ou um órfão de policial, herói de verdade, que perdeu sua vida no combate ao crime?”, questiona.
A PM considera que esse tipo de programa “deseduca” a população, estimulando desrespeito aos policiais militares. Não há referência à PM-RJ na série, já que a série se passa em Recife, mas mesmo assim a coordenadoria de comunicação entende que a instituição é atingida como um todo.
Por fim, a nota sugere que PMs e familiares não assistam ao programa.
A Globo divulgou uma nota para a Folha de S. Paulo afirmando que não há intenção em ofender a Polícia Militar.”‘Justiça’ é uma obra de ficção, o que é sinalizado ao final de cada capítulo, e não tem a intenção de ofender qualquer profissão ou instituição. A minissérie não é sobre a polícia. A trama é sobre quatro histórias independentes que se conectam e que têm em comum um fato dramático acontecido em uma mesma noite de 2009″, diz o texto.
Leia o texto da PM-RJ na íntegra
“#REPÚDIO
A #PMERJ manifesta o repúdio em relação ao que está sendo retratado na mini-série “Justiça” da TV Globo. Mesmo com uma infinidade de situações que poderiam ser retratadas, a mini-série escolhe como vilão um policial.
Justamente aquele profissional que defende a sociedade com a própria vida; justamente aquele profissional que zela pela segurança do cidadão; justamente aquele profissional que garantiu a tranquilidade dos Jogos Olímpicos.
O que estará pensando a viúva ou um órfão de um policial, herói de verdade, que perdeu sua vida no combate ao crime? O que estará pensando o filho de um policial, herói de verdade, que ficou paraplégico na luta contra o crime?
O que estará pensando o policial componente da Polícia Militar, ativo e inativo? Esse tipo de programa, da mesma forma que um humorístico recente, deseduca o cidadão. Estimula o desrespeito à polícia. E, ainda que não faça uma referência à PMERJ, faz referência às Instituições Policiais Militares. Quem enfraquece a polícia está enfraquecendo a sociedade… E fortalecendo o crime.
Aos Policiais Militares e seus familiares é sugerido que façam o que de melhor pode ser feito diante de um programa de péssimo gosto e pouca criatividade: MUDEM DE CANAL. Contem sempre com a Polícia Militar!!! Cel. Oderlei Santos, Coordenador de Comunicação Social da PM”.
Por | Correio da Bahia