InícioEditorialPoder Público promete resposta dura a atos golpistas do 8 de janeiro

Poder Público promete resposta dura a atos golpistas do 8 de janeiro

Aproximadamente 200 pessoas foram presas por atos de vandalismo, ontem, em Brasília. Mais de 40 ônibus também foram apreendidos, como resposta das forças de segurança a invasões inéditas, seguidas de atos de terrorismo, nos três prédios que representam a República na capital federal. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que novos pedidos de prisão devem ser decretados hoje. 

Ele disse que há quatro prioridades: restabelecimento da ordem pública, a prisão em flagrante, a apreensão de ônibus e identificar quem são os coautores, quem financiou o crime. “Nós já levantamos os ônibus, de onde vieram, quem pagou, a lista de passageiros e vamos realizar as medidas cabíveis, as medidas judiciais para os que não estão em flagrante”, declarou Dino.

A Polícia Federal divulgou nota na noite de ontem afirmando ter instalado um gabinete de crise para coordenar os procedimentos de identificação dos responsáveis pela invasão aos prédios públicos.

Manifestantes golpistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde de ontem invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), espalharam atos de vandalismo em Brasília e entraram em confronto com a Polícia Militar.

A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocorre uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antecedida por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.

Os manifestantes vieram em grande parte do acampamento diante do Quartel-General do Exército em Brasília. Eles chegaram à Esplanada e se concentraram inicialmente em frente ao Ministério da Justiça. O grupo caminhou por mais de uma hora pelas ruas da capital, sem encontrar resistência ou qualquer tipo de barreira por parte das forças de segurança. 

Uma parte invadiu a parte externa superior do Congresso e, depois, a área interna do prédio, alcançando os salões onde são exibidos itens históricos recebidos de presente pelo Estado brasileiro por outros países. Depois, chegaram até o Plenário do Senado Federal. Os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto. Em seguida, se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde conseguiram acessar diferentes andares.

No STF, os vândalos chegaram ainda a pichar nas janelas a frase “perdeu, mané”, que faz alusão a uma resposta dada pelo ministro do tribunal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista após sofrer hostilidades dos militantes durante viagem a Nova York.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, requisitou à Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) a imediata abertura de procedimento investigatório criminal. “O procurador-geral da República, Augusto Aras, monitora e acompanha com preocupação os atos de vandalismo a edifícios públicos que ocorrem em Brasília neste domingo (8)”, disse a nota do PGR.

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social,  afirmou que armas e munições do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram roubadas durante o ato. O GSI fica dentro do Palácio do Planalto, e o armamento é para uso da segurança presidencial.

Resposta dura
Lula esteve no final da noite de ontem em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), onde conversou com a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, além do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, e outros ministros do Executivo Federal.  
Em nota, a ministra Rosa Weber disse que a Corte “não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao Estado Democrático de Direito” e que o STF atuará “para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos”.

O senador Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional, e o deputado Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, interromperam as férias e retornaram ao DF ainda ontem. Pacheco convocou uma sessão extraordinária hoje, onde deve ser votado o decreto de intervenção federal.

Ex-prefeito de Salvador, ACM Neto condenou os atos. “Cenas vergonhosas e injustificáveis em Brasília. Na política, oposição precisa ser feita com responsabilidade, respeito às instituições e à democracia. Baderna, violência e radicalismo devem ser tratados como merecem: com o rigor da lei”, destacou em publicação nas redes sociais. 

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