Apenas nesta terça-feira o promotor italiano responsável pelo caso recebeu as imagens da episódio envolvendo Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. O vídeo foi acompanhado de um relatório da polícia local sobre a agressão que teria sido protagonizada pelo empresário Roberto Mantovani. Ainda não há prazo para que o material seja enviado ao Brasil.
A demora para concluir um procedimento tão simples chama a atenção de integrantes do Ministério Público Federal em Brasília. Afinal, o episódio ocorreu em 16 de julho. Procuradores que tentam agilizar o envio das imagens ao STF veem indícios de retaliação por parte de autoridades públicas da Itália.
Afirmam que, até hoje, a negativa de Lula em extraditar Cesare Battisti reverbera nos Poderes italianos. Condenado à prisão perpétua em seu país por participar de quatro assassinatos, o militante com histórico terrorista foi preso no Rio de Janeiro em 2007.
A extradição, porém, só foi oficializada mais de dez anos depois, em 2018, no governo Michel Temer. Como poderia, então, o Brasil de Lula pedir agilidade em cooperações internacionais com a Itália? O pedido de envio das imagens partiu da Polícia Federal.
Refugiado político Então ministro da Justiça, Tarso Genro concedeu a Cesare Battisti o status de refugiado político em 2007. Dois anos depois, o STF considerou a medida ilegal e permitiu a extradição, mas declarou que a Constituição confere ao presidente o poder de decidir pela permanência ou não de Battisti.
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Cesare Battisti José Cruz/Agência Brasil
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Italiano com histórico terrorista foi preso em janeiro de 2019 Reprodução
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Tarso Genro, ex-ministro da Justiça Gustavo Gargioni/ GERS
Roberto Mantovani, suspeito de agredir ministro Alexandre de Moraes
O empresário Roberto Mantovani, suspeito de agredir Moraes Reprodução
Em 31 de dezembro de 2010, no último dia de governo, Lula oficializou a permanência de Battisti em solo brasileiro. Apenas em dezembro de 2018, com o fim dos governos petistas, o decreto de extradição foi assinado pelo então presidente Michel Temer.
Battisti foi capturado na Bolívia em 2019 e levado a um presídio de segurança máxima em Sardenha, na Itália.