Familiares de detentos de Porto Seguro que estão presos no conjunto penal de Eunápolis fecharam a BR-367 por volta das 13h desta terça-feira (28). O bloqueio aconteceu no km 30, próximo ao Centro Empresarial, em Porto Seguro.
Os manifestantes só liberaram a estrada por volta das 17h40, depois que a Polícia Rodoviária os colocou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia.
Diretores do órgão prometeram uma reunião, ainda sem data prevista, com os líderes do movimento. Por conta do bloqueio, a BR-367 registrou grande congestionamento de veículos.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os manifestantes fazem parte da Associação de Moradores do Bairro Vila Valdete e reivindicam que os presos oriundos de Porto Seguro sejam separados dos detentos de Eunápolis. Os familiares denunciam que dentro do conjunto penal de Eunápolis estão ocorrendo mortes, agressões e brigas entre essas facções, e a maioria das vítimas tem sido detentos de Porto Seguro. Os manifestantes também reivindicam a construção de um presídio em Porto Seguro.
As denúncias foram relatadas em ofício entregue segunda-feira (27) pelo presidente da associação, José Arcanjo Júlio de França Júnior, ao diretor do presídio, major PM Gilson Paixão. O major afirmou que recebeu o ofício e o encaminhou ao juiz da Vara de Execuções Penais de Eunápolis e à Superintendência de Administração Penitenciária da Bahia.
Na segunda-feira, o mesmo grupo já havia feito uma manifestação em frente ao presídio. Na ocasião, o major Gilson Paixão conversou com alguns manfestantes e explicou que, como diretor da instituição, não tem poder para separar os presos, pois cabe ao juiz determinar se deve ou não haver essa separação.
Sobre a construção do presídio, o major destacou que depende do governo do Estado.
O diretor disse que conversou com boa parte do grupo, mas com algumas pessoas não foi possível o diálogo porque elas estavam muito agressivas. Um menor de idade que atirou pedras contra os policiais e agentes de disciplina do presídio foi apreendido e conduzido à Delegacia de Eunápolis. “Isso é uma falta de respeito com o estado”, disse o major sobre o vandalismo promovido por alguns manifestantes.
Por | Radar 64