Cerca de 30 indígenas ocupam uma base avançada no Parque Nacional do Descobrimento, no município de Prado, extremo sul da Bahia. Eles estão desde sábado (22) no local com intuito de pressionar o governo federal sobre o processo de demarcação da terra indígena dentro da área. O grupo é formado por índios da tribo pataxó.
“A gente vive em condições subhumanas, sem políticas públicas, demarcação de território. Fica muito difícil porque não conseguimos desenvolver a educação para crianças, a agricultura. Nós estamos acuados e tendo gerações prejudicadas. Nós, indígenas, queremos perpetuar a nossa espécie e precisamos do apoio da sociedade”, afirma Mãdy Pataxó, natural do Rio Cahy.
Segundo Aristides Neto, chefe do Parque, eles estão acampados na sede do posto de combate a incêndio que atende a 16 unidades de conservação e que será a nova sede. “Já reportamos desde sábado a situação a Brasília. Recebi um documento da presidência da Funai [Fundação Nacional do Índio] falando que o ambiente está favorável [à negociação], porém que a resposta não sairá hoje [segunda-feira]. Quando entraram aqui, tinham uns 15 [índios]; agora tem umas 30”, explica.
O Parque Nacional tem 22.694 hectares e é considerado o maior fragmento de mata atlântica no nordeste, sendo que grande parte da fauna está ameaçada de extinção. Segundo o gestor, os índios reivindicam o posicionamento da União para reconhecimento das terras indígenas.
A coordenação regional da Funai informa, através da assessoria de imprensa, que trabalha em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade para a saída pacífica dos indígenas do local. “O diálogo avança para a pronta desocupação”, retrata, em nota.
Por | G1