Um valor que deve garantir a manutenção das contas do Balé Folclórico da Bahia pelo menos até o final do ano e que abre uma relação adormecida entre o poder público e o maior grupo de dança folclórica do mundo. A prefeitura de Salvador assinou nesta terça-feira (16) um convênio de patrocínio ao BFB no valor de R$380 mil e que será válido por um ano.
A cerimônia de assinatura aconteceu no teatro Miguel Santana, sede da entidade que fica no Pelourinho, teve a presença do diretor do Balé, Vavá Botelho, o coreógrafo Zebrinha e nomes ligados à prefeitura como o próprio prefeito Bruno Reis; o secretário de Cultura e Turismo do Município, Pedro Tourinho; o presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro; e o subprefeito do Distrito Cultural do Centro Histórico, Humberto Sturaro.
Com o teatro cheio, o Balé apresentou cinco coreografias criadas por Zebrinha: Pantheon dos Orixás, Puxada de Rede (uma homenagem a Iemanjá), Maculelê, Capoeira e Samba de Roda.
Prefeito de Salvador, Bruno Reis afirmou que a iniciativa é uma medida para estimular a vida do Centro Histórico e ele acredita que essa é uma política importante para diminuir casos de violência na região.
Em seu discurso, Bruno Reis assinalou que o Balé Folclórico da Bahia é uma entidade transformadora no quesito social é uma importante plataforma de projeção da cidade para o mundo, com poder de atrair turistas e movimentar o Centro.
“O recursos são da Secult, firmamos uma parceria com o Balé Folclórico da Bahia pela importância para a nossa história, cultura, arte, dança. Nos últimos 35 anos, projetou Salvador e a Bahia no Brasil e no mundo, se apresentando em diversos países e estados, atraindo milhares de turistas. Precisamos estimular ainda mais a cultura em nossa cidade, especialmente nessa região, que queremos tornar desejada por nós, soteropolitanos, e por todos que nos visitam”, disse Bruno Reis.
Além da manutenção do espetáculo, a parceria com a Prefeitura vai possibilitar a geração de emprego fixo para 27 bailarinos, 21 profissionais ligados ao mercado de cultura e 10 funcionários administrativos para atender cerca de 800 pessoas nas oficinas de dança.
O Balé Folclórico tem cerca de 60 pessoas em sua estrutura de pessoas, entre direção, funcionários e bailarinos. Segundo Vavá Botelho, o custo para manutenção dessa estrutura gira em torno de R$80 mil mensais. Isso é custeado com patrocínios pontuais e bilheteria das apresentações
A companhia realiza apresentações no Centro Histórico há 28 anos – sendo que tem 35 desde a fundação. Segundo o Balé, foram realizados 7.488 espetáculos, neste período, para um público de 750 mil pessoas.
Pedro Tourinho afirma que o convênio marca o começo da relação e que abre caminhos para a Prefeitura dialogar com outras instituições dentro do Centro Histórico, para oferecer ferramentas a elas.
“Esse recurso é o início de uma relação com o BFB, que será utilizado de acordo com o que Vavá e Zebrinha avaliarem como melhor para manter a atuação do Balé aqui no Centro Histórico. Estamos abrindo outros canais além do recurso de patrocínio, queremos trazer outros parceiros, apresentar o Balé em outro momentos, para trazer mais prosperidade para o Balé Folclórico, para o Centro Histórico. É o início de uma relação”, reforçou o secretário de Cultura.
Foi a mesma linha seguida pelo presidente da FGM, Fernando Guerreiro: “cabe à política cultural observar, localizar e apoiar. Aqui não tem o que se inventar, temos muita coisa acontecendo. Temos um trabalho com nossa cultura afrodescendente, que é a nossa grande potência, de reforçar nossa identidade múltipla e potente. Esse é o caminho”, apontou.
Desde 2022, a Secult estreitou os laços com o Balé Folclórico, articulando contatos com empresas privadas e representantes do trade turístico que passaram a se interessar pelo produto, o que fez com que o grupo de dança pudesse retornar às apresentações no Teatro Miguel Santana, na Rua Gregório de Mattos, no Pelourinho. A iniciativa municipal integra dois projetos: o da revitalização do Centro Histórico com o Distrito Cultural e estímulo ao afroturismo na cidade.