InícioEditorialEsportesPresidente da LaLiga apoia perda de pontos em casos de racismo

Presidente da LaLiga apoia perda de pontos em casos de racismo

O presidente da LaLiga, Javier Tebas, convocou a imprensa mundial para uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (25) para falar sobre o mais recentes casos de racismo sofridos por Vinícius Júnior. O dirigente da entidade que organiza o Campeonato Espanhol voltou a pedir mudanças na lei da Espanha para que a competição tenha competência para punir casos de racismo e defendeu a perda de pontos como forma de sanção aos clubes.

Questionado pelo Estadão sobre como a LaLiga pretende agir na relação com o governo da Espanha para evitar novos casos de racismo, Tebas afirmou que a LaLiga emitirá um comunicado nesta sexta-feira (26) pedindo aos partidos políticos e aos membros do Congresso uma “modificação urgente” na Lei 19/2007, que versa sobre crimes de ódio e discriminação”, pedindo competência para agir e punir infrações por racismo, homofobia e xenofobia.

Atualmente, no âmbito do futebol, apenas a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) está apta para sancionar os clubes – a entidade puniu o Valencia em 45 mil euros e com o fechamento do setor de onde saíram os insultos a Vini Jr. no último domingo (21).

O presidente da LaLiga destacou ainda que a Procuradoria-Geral arquivou outros casos de racismo ocorridos no futebol espanhol e que demorou três anos desde a primeira denúncia para que o Ministério Público tomasse providências.

“Queremos provar que temos competência para resolver esse problema, mas fica difícil acabar com estes insultos. Somos responsáveis pelo torcedor desde que ele sai de casa para ver o jogo até o estádio. Se ele grita coisas racistas, devemos intervir”, afirmou Tebas.

Questionado sobre a possibilidade de punições mais severas, o presidente da LaLiga afirmou que vê com bons olhos a introdução da perda de pontos aos clubes envolvidos em casos de racismo. Ele relembra que, atualmente, a LaLiga só pode aplicar a medida no caso de inscrição irregular de atletas.

“Seria bom pensar na perda de pontos (para o racismo)? Creio que sim. Isso seria bom poder introduzir. Com o regime atual de sanções, queremos mais competências para nós. Temos que pensar no futuro. Contra o racismo, é fundamental lutar todo dia”.

Tebas disse, ainda, que “estaria maluco” se não estivesse preocupado com a imagem que a Espanha deixou para o mundo após mais um caso de racismo contra Vinícius Júnior, principal jogador do Brasil atuando na Europa na atualidade. Ele afirma que a Espanha não é racista e irá trabalhar para recuperar a reputação do país e torce para Vini Jr. seguir jogando no futebol espanhol, apesar dos seguidos ataques.

“Eu entendo perfeitamente que ele esteja frustrado. E ele não entende das competências”, disse Tebas, em referência à discussão que teve com Vini Jr. por meio das redes sociais após o jogo de domingo, quando o brasileiro pediu mais ação da LaLiga.

“Ele está recebendo esses insultos porque é um grande jogador. Se não fosse uma estrela, talvez não fosse a mesma coisa. Mas não é normal atacá-lo como está acontecendo todos os dias”, afirmou.

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