O sonho do hexacampeonato permeia a mente dos brasileiros, que contam os dias para a estreia da Copa do Mundo. A sexta conquista é o grande desejo do Brasil há mais de 20 anos e pode estar perto de se tornar realidade. Porém, há várias seleções que prometem ser pedra no caminho pelo título mundial. 

 

 

Além da vizinha Argentina, que conquistou a Copa América e a Finalíssima nos últimos 18 meses, a França é vista com grande favoritismo por torcedores e jornalistas. Fora a dupla, países como Alemanha, Inglaterra e Espanha mostram força. Veja o perfil de cada uma:

Atual campeã do mundo, a França chega ao Catar sob o comando do técnico Didier Deschamps, vencedor em 2018 e dono do cargo desde 2012. Já a liderança dentro de campo fica por conta dos atacantes Kylian Mbappé e Karim Benzema, eleito Bola de Ouro desta temporada pela revista France Football.

Neste ciclo, os franceses saíram de forma precoce da Euro 2020, eliminados pela Suíça nas oitavas de final, e venceram a Liga das Nações 2020-21, com vitória sobre a Espanha na decisão. 

Nos últimos quatros anos, a França também conseguiu revelar promessas, como Camavinga e Tchouaméni, e voltou a contar com Benzema, que esteve afastado do time por seis anos devido a polêmicas extracampo.

Apesar do elenco estrelado, a Seleção Francesa sofre com vários desfalques por lesões nesta Copa. Deschamps não contará com o goleiro Mike Maignan, o zagueiro Presnel Kimpembe e os meio-campistas Paul Pogba e N’Golo Kanté.

O salto de produção no último ano pré-Copa deu à Argentina status de favorita ao título. Treinada por Lionel Scaloni, a seleção venceu a Copa América de 2021 e a Finalíssima e emplacou uma sequência de 35 jogos de invencibilidade.

No Catar, veremos o último Mundial do atacante Lionel Messi, que, com 35 anos, promete entregar desempenho em alto nível. O camisa 10 vive boa fase no Paris Saint-Germain, ao lado de Mbappé e Neymar, e finalmente parece ter encontrado parceiros ideais na Argentina.

Liderada pelo centroavante Harry Kane, a Inglaterra foi semifinalista da Copa do Mundo de 2018 e vice-campeã da Euro 2020. No Mundial do Catar, os ingleses prometem manter o nível de competitividade dos últimos anos, mas também instigam olhares de desconfiança.

Apesar de contar com bons nomes e jovens promissores como Phil Foden, Jude Bellingham e Mason Mount, a Seleção Inglesa foi rebaixada na Liga das Nações 2022-23. Treinada por Gareth Southgate, terminou a primeira fase na lanterna de seu grupo, com apenas três dos 18 pontos possíveis.

A Espanha disputará a Copa do Mundo com elenco bastante jovem e uma boa geração de meio-campistas, como Gavi e Pedri, do Barcelona. O ponto fraco da Furia, porém, é o setor ofensivo.

Os atacantes convocados por Luis Henrique para o Mundial somam poucas participações em gols nos últimos meses, o que pode ser problema contra equipes com defesas fortes. Melhor marcador espanhol, Álvaro Morata balançou as redes apenas seis vezes em 20 jogos por clube e seleção nesta temporada.

Nos últimos dois anos, além de semifinalistas da Euro 2020 e vice-campeões da Liga das Nações 2020-21 com o elenco principal, os espanhóis ganharam a medalha de prata na Olimpíada de Tóquio. Diversos jovens que estiveram presentes nessa campanha vão à Copa.

A Copa do Mundo será o primeiro torneio de peso que a Alemanha disputa após a chegada do técnico Hansi Flick. Os alemães passaram 15 anos sob o comando de Joachin Low, fora desde a eliminação para a Inglaterra nas oitavas de final da Euro 2020.

Em seu primeiro teste nesta nova fase, porém, a Seleção Alemã não teve bom desempenho e acabou eliminada na fase de grupos da Liga das Nações 2022-23. Já no Catar, a equipe sofrerá com desfalques no ataque: o provável centroavante titular, Timo Werner, ficou de fora da lista de convocados por causa de lesão, assim como o ponta Marco Reus.

Cristiano Ronaldo muito provavelmente disputará no Catar sua última Copa do Mundo. Aos 37 anos, o atacante ainda é a principal estrela da Seleção Portuguesa, que chega ao Mundial com boa geração de talentos, apesar de ter feito campanhas pouco inspiradas no fim deste ciclo.

Após a Copa da Rússia, em 2018, Portugal venceu a Liga das Nações de 2018-19, mas foi eliminado na fase de grupos nas edições de 2020-21 e 2022-23 do torneio. Já na Euro 2020, os lusos perderam para a Bélgica nas oitavas de final. 

Bob Faria, colunista do Superesportes: “França, Argentina, Alemanha, Inglaterra e Espanha têm gerações muito boas e podem rivalizar com o Brasil. Essas cinco seleções são as principais ameaças ao hexa e têm times bons o suficiente para chegar à final”.

Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas: “Não vejo ameaça ao hexacampeonato, porque não acredito nele. Vejo França, Argentina, Holanda, Bélgica, Inglaterra, Alemanha e Espanha superiores ao Brasil. Acho que desse grupo aí sairá o novo campeão mundial. Acredito numa final entre França e Argentina, e uma grande vitória de Messi, para fechar sua carreira com chave de diamante”.

João Vítor Marques, correspondente do Superesportes na Copa do Mundo: “É dificílimo eleger a principal ameaça ao hexa, mas eu apostaria na Argentina, que não perde há 35 jogos (recorde histórico da seleção). A Scaloneta vai mais leve ao Catar depois de tirar das costas o peso de não conquistar um troféu havia quase 30 anos. Ganhou a Copa América, contra o Brasil, e a Finalíssima, diante da Itália, de maneiras bem distintas. No Maracanã, mostrou solidez defensiva e muita competitividade. No Wembley, se impôs tecnicamente sobre a campeã europeia, que não vai à Copa, mas tem um elenco forte. A Argentina ameaça por ter jogadores muito bons tecnicamente que, agrupados num 4-3-3 cheio de trocas de posição, conseguiram potencializar um dos maiores da história: Messi. Mas sem depender exclusivamente dele, como em outros tempos”.

Jorge Nicola, colunista do Superesportes: “França e Argentina são, nesta ordem, as seleções que mais causam preocupação, embora esta seja uma Copa equilibrada. A gente tem Alemanha, Inglaterra, Espanha, Holanda e Croácia em uma segunda prateleira de candidatas ao título, atrás de Brasil, França e Argentina. São seleções que podem ter um bom momento naquelas semanas mágicas e conseguir ir avançando de fase”.

Kelen Cristina, colunista do Estado de Minas e subeditora do Superesportes: “Acredito que, além do Brasil, os favoritos para o Mundial do Catar sejam Argentina e França, que consolidaram bons trabalhos com jogadores que amadureceram muito nos últimos anos e contam com lideranças importantes em campo, que podem fazer a diferença”.

Marcos Paulo Lima, autor do blog “Drible de Corpo” e subeditor do Correio Braziliense: “A França de Griezmann, Mbappé e Benzema é uma das maiores ameaças ao hexa, mas talvez os maiores obstáculos sejam sul-americanos. A possibilidade de enfrentar Uruguai nas oitavas e Argentina na semi é perigosa. Os dois rivais conhecem demais o Brasil por tê-lo enfrentado várias vezes neste ciclo. A Argentina, inclusive, é o adversário que mais superou a Seleção na Era Tite”.