InícioEditorialPolítica NacionalRelatora vai pedir urgência para projeto de desoneração da folha de pagamento

Relatora vai pedir urgência para projeto de desoneração da folha de pagamento

Texto prorroga até 2027 os benefícios para 17 setores da economia ao permitir que empresas paguem de 1% a 4,5% sobre a receita bruta

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Relatora do projeto da desoneração da folha de pagamento, deputada Any Ortiz

A relatora do projeto da desoneração da folha de pagamento, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), disse, nesta semana, que deve apresentar um pedido de urgência da proposta. O texto prorroga até 2027 os benefícios para 17 setores da economia ao permitir que empresas paguem de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, no lugar de 20% sobre a folha de pagamento de salários. Para o setor de transporte, por exemplo, a proposta é positiva, principalmente para empresas que têm baixo faturamento e folha salarial alta. A desoneração dos 17 setores representa uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 10 bilhões e é compensada pela alíquota de importação. Alessandro Reis, diretor da Transcourier, empresa responsável por transporte de carga rodoviário e principalmente aéreo, disse que para a companhia continua viável pagar os 20% sobre a folha de pagamento. “Nós atuamos no transporte de cargas voltado mais para o modal aéreo. Então proporcionalmente ao meu faturamento, as empresas desse setor tem uma folha ‘baixa’. Compensa eu continuar pagando os 20% sobre a folha de pagamento de salário”, comentou. A desoneração da folha de pagamento começou no governo Dilma Rousseff, em 2011. Para David Andrade Silva, tributarista e sócio da Andrade Silva Advogados, a desoneração é um remendo, e não uma solução. “Os 20% não é a única contribuição que a empresa paga sobre a folha. Então somado em cargo tributário sobre a folha é algo de 35%. Se soma esse percentual e mais os reflexos trabalhistas, são mais 55%, ou seja, hoje, no Brasil, para cada R$ 1 que se paga, tem que desembolsar mais R$ 1 de tributos em cargos trabalhistas”, explicou. A proposta prevê ainda que municípios com população inferior a 142 mil habitantes terão redução na contribuição previdenciária. O projeto está na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados e passará em seguida para a Comissão de Finanças e Tributação e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

*Com informações do repórter Victor Moraes.

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