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Relembre bandas do Carnaval de um sucesso só

Música do Carnavaaaaaal! Se você é baiano raiz ou curte Carnaval, o que dá no mesmo, deve ter lido a primeira frase com a voz de Márcio Victor, do Psirico. Mais certo do que 2+2= 4. A canção que marca a folia todo ano é uma entidade tombada e tão eternizada, que nem sempre quem canta consegue se manter na mesma altura de seu sucesso. Quem nunca fez dançou “foge, foge, Mulher Maravilha” e meteu o “trá trá trá, trá, trátrátrátrá…” não vive neste mundo. Você deve até saber destas músicas, colocar no Spotify pra dançar novamente, mas saberia dizer por onde anda as bandas que lançaram estes sucessos? Fuçamos e vamos relembrar algumas quebradeiras eternizadas, mas as bandas nem tanto assim. 

Em 2011, quando ainda nem existia o TikTok e o Instagram era um aplicativo exclusivo para quem tinha Iphone, o Carnaval de Salvador parecia uma convenção da Marvel e DC com tanta gente falando e dançando sobre um caso de amor entre Mulher Maravilha e Superman, na música Liga da Justiça, da banda de pagode LevaNoiz. Na época, a canção venceu com 69% dos internautas, desbancando ‘Tchubirabiron’, de Léo Santana, que tinha vencido o ano anterior com o Rebolation. Foi só. Depois disso, a banda se desentendeu, acabou, mudou cantores e nunca mais teve o mesmo sucesso daquele ano. 

O cantor da época, André Ramon, chegou a dividir palco com Neymar, que dançava a música nas comemorações, saiu da banda meses depois do sucesso e adotou o nome  Rei do Swingado, mas não rendeu. Hoje ele mora em Brasília e seu Instagram não passa de 500 seguidores. No seu lugar, entrou Fabinho F’play. As duas dançarinas seguem vidas distintas. Cissa Chagas aposentou a roupa de Mulher Maravilha e atualmente é jornalista. Ela tem 53 mil seguidores no Instagram e pouco mais de 400 no TikTok. Um ano depois do sucesso, ela chegou a se candidatar a vereadora de Salvador, mas não teve nenhum voto. Não foi computado nem o dela, que alegou problema no TRE. Na época, ela estava estudando Direito e pretendia ser delegada. 

Não conseguimos falar com nenhum componente da banda, que este ano anunciou o retorno às atividades com o retorno do cantor Fabinho F’play. Eles vão cantar em Araguaína, Tocantins, na terça-feira de carnaval. Não tem mais outro show agendado ou divulgado nas redes sociais do grupo. 

Em uma breve pesquisa no Instagram, no perfil deste repórter no Instagram, Mulher Maravilha só perde para outro grupo quando o assunto é banda de apenas um sucesso. Inclusive, tem até um nome para isto: One-hit wonder. Estamos falando daquela metralhadora desenfreada de 2016, com a banda Vingadora. O hit foi a música do carnaval daquela edição, mas a munição acabou naquela única canção. 

Três anos depois de queimar o único cartucho, a cantora Tays Reis saiu da banda, alegando que não estava recebendo o que merecia. Ela seguiu carreira solo e participou do Reality A Fazenda, onde conheceu o cantor Biel, seu atual marido. Ela vai tocar no domingo de carnaval em Porto Seguro. A Banda Vingadora também está em atividade, mas desta vez sob o comando de Viviane Tripodi, no grupo desde o final do ano passado. Não foi possível verificar se eles vão tocar durante o carnaval. 

Maldição?

Até para especialistas o fenômeno One-hit wonder do carnaval baiano chega a ser sobrenatural. Ou uma questão de quem se sobressai também. “Às vezes a música é tão forte, tão marcante, que parece criar uma barreira que impede o artista ou banda fazer outro sucesso. Muitos até tentam, mas ficam marcados para sempre. Na verdade, o sucesso exagerado se torna uma maldição”, conta o jornalista e especialista em música, artistas e carnaval na Bahia, Marrom.

A lista dos ‘amaldiçoados’ é vasta. Da década de 90 até hoje, contamos 16 grandes sucessos, seis deles vencendo como música do carnaval no Bahia Folia, premiação organizada pela TV Bahia desde 1994.  Mas não ficaram apenas nisso. Quem não se lembra de Pimenta Nativa, com a maior licença poética gramatical? “Maria Joaquina de Amaral Pereira Góis, você ‘contribói’ para o meu viver…”. 

Entre os artistas que escaparam das maldições, Pierre Onassis se destaca. Ele manteve o sucesso e sua história no carnaval, mas as bandas que ele comandava não tiveram o mesmo caminho. Pierre cantou ‘samba Juliana’, ganhando como a melhor música de 1999, pelo Bom Balanço, aquele mesmo que balança (lá ele). Seis anos depois, foi a vez de Pierre ganhar com a música Café com Pão, do Vixe Mainha, na época em parceria com Jau. A música fez tanto sucesso que tiveram duas versões no álbum da banda.

“Tenho a honra de ter sido agraciado por essas premiações, momentos diferentes da história da música baiana. Juliana era uma música que falava de mulher, respeitando e colocando-a no lugar de destaque, né? De respeito, mas ao mesmo tempo dançando, sendo sensual, sem ser pornográfico. Com café com pão, revolucionamos o universo da música baiana, trazendo um pouco do MPB”, lembra Pierre, sem mencionar sobre as bandas não terem sido levadas adiante após os sucessos. 

Este ano, mais surpresas e com outra canção com nome de mulher. Nem todo mundo sabia quem era Filipe Escandurras, mas ele ganhou o título o trófeu CORREIO Folia. Nem Zona de Perigo, de Léo Santana, tampouco “deixa eu botar meu boneco”, de Oh Polêmico. No voto popular, a canção Carol, cantada por Escandurras, venceu. O artista tem história, mas nos bastidores. Ele é autor de músicas como Lepo Lepo, que também já ganhou o título mais cobiçado da folia –  o que poderia ser uma maldição dos artistas emergentes. Filipe passou a barreira. 

Música eternizada, banda nem tanto assim

Confira bandas e músicos que bombaram com músicas eternizadas no verão de Salvador, mas que não conseguiram repetir o sucesso e muitos acabaram no esquecimento, ao contrário de suas canções. 

1999 – Juliana (Bom Balanço)*

1999 – Maria Joaquina (Pimenta Nativa)

1999 – Xibom Bombom (As Meninas)

2001 – Uma Bomba (Braga Boys)*

2001 – Onda Onda (Tchakabum)

2004 – Solteiro em Salvador (A Zorra)

2005 – Coração (Rapazolla)*

2006 – Café com Pão (Vixe Mainha)*

2008 – Amor Pirei (VoaDois)

2010 – Lobo Mal (O Back)

2011 – Liga da Justiça (LevaNóiz)*

2013 – Ziriguidum (Filhos de Jorge)

2015 – Gordinho Gostoso (Neto LX)

2016 – Paredão Metralhadora (Banda Vingadora)*

2016 – Me libera nega (MC Beijinho)

2019 – Prostituta (Lambasaia)

*Ganharam como música do Carnaval

O Correio Folia tem patrocínio da Clínica Delfin, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio da Jotagê e AJL.

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