O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, afirmou nesta segunda-feira (19) que só deixará a equipe espanhola se for demitido – afastando assim a possibilidade de assumir a seleção brasileira de maneira imediata.
“O que me reserva o futuro, eu não sei, vivo dia após dia. Por enquanto, estou muito bem em Madri e temos muitos objetivos para atingir nessa temporada. Haverá tempo para pensar no meu futuro. Tenho contrato até 30 de junho de 2024 e, se o Real Madrid não me mandar embora, até esse momento eu não vou me mover”, disse à “Radio Anch’io Sport”.
Assim que o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo do Catar e o comando de Tite se encerrou, muitos foram os nomes ventilados como os próximos técnicos da seleção. Ancelotti apareceu como um dos mais fortes, mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tentou despistar.
Ancelotti é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol europeu, tendo sucesso como técnico na Itália, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido.
Copa do Mundo
Durante a longa entrevista, Ancelotti ainda afirmou que a Copa do Mundo do Catar “foi um bom Mundial” e foi concluído com uma “belíssima final, que foi vencida merecidamente pela Argentina”.
“Para mim, os argentinos encontraram a sua convicção e foram puxados por um Messi fantástico. A Argentina venceu por dois motivos: os jogadores foram bons e eles têm o melhor, que é o Messi. Eles conseguiram dar apoio a toda essa qualidade, me refiro, por exemplo a Alvarez e Enzo Fernandez, mas também por terem um coletivo com uma certa atitude defensiva”, ressaltou.
Ancelotti ainda aproveitou para elogiar a qualidade das seleções africanas e citou o exemplo do Marrocos, primeiro país do continente a chegar às semifinais de uma Copa.
“No futebol, em geral, o nível aumentou, sobretudo para as seleções menos credenciadas, a partir do momento em que a organização defensiva dessas equipes melhorou muito. Hoje há mais conhecimento por parte de todos, como mostra o Marrocos.
Houve seguramente um aumento no nível graças ao melhor conhecimento dos treinadores especialmente nas questões defensivas”, pontuou.
O italiano ainda ressaltou que a presença de muitos desses jogadores africanos no futebol da Europa também ajudou a aumentar o nível do futebol porque “as equipes do Velho Continente estão repletas desses jogadores que chegam com uma fome que provavelmente nós europeus não temos mais”.
“Eles colocam no aprendizado e no crescimento qualidades características fortíssimas. A África já trouxe e continuará a trazer grandes jogadores”, acrescentou.