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Sensação na Europa, Napoli quer sair da fila de 33 anos sem título italiano

Nem de Milão, nem de Turim. A equipe que manda no futebol italiano nesta temporada vem de Nápoles, cidade ao sul do país na região da Campânia, e que tem tudo para quebrar um dos jejuns de título mais longos na liga da Itália, mais de três décadas. Comandado pelo experiente Luciano Spalletti, o Napoli é a grande sensação da temporada italiana e europeia e vem mostrando até este mês de janeiro de 2023 um futebol intenso e veloz, capaz de desbancar adversários sólidos na Serie A italiana e na Liga dos Campeões (Champions).

O último resultado impressionante dos Gli Azzurri – os azuis, em bom italiano – veio justamente contra a maior campeã do país e carrasco em algumas temporadas, a Juventus. Um sonoro 5×1 jogando em casa, no estádio Diego Armando Maradona, e que colocou o Napoli com 47 pontos na liderança da Serie A, nove a mais que o Milan, segundo colocado.

Na Champions, passou com a segunda melhor campanha na fase de grupos e marcou a primeira fase da competição com duas goleadas sobre Liverpool e Ajax. Nas oitavas de final, enfrentará o Eintracht Frankfurt.

E para falar da fórmula de Luciano Spalletti que vem dando certo na temporada até aqui, os dois jogos contra os ingleses e holandeses na Liga dos Campeões são boas oportunidades de analisar o esquema que prioriza a marcação em linha alta e a velocidade dos atacantes.

A formação mais utilizada pelo treinador italiano de 62 anos, que chegou em Nápoles em 2021 no começo da última temporada, é o 4-3-3. A estrutura do time prioriza avançar seu trio de ataque até o campo do adversário e marcar a saída de bola. Isso obriga o adversário a chutar a bola em direção à defesa do Napoli e facilita sua roubada. A partir daí, o time aplica muita velocidade nos toques de bola para pegar a defesa adversária desarrumada e em menor número. Assim foi contra o Ajax, quando marcou quatro dos seis gols dessa forma na goleada por 6×1.

Pela esquerda, o georgiano Khvicha Kvaratskhelia tem 20 jogos disputados e nove gols marcados, além de dez assistências. O meia de 21 anos (que atua aberto pelo lado), fez uma primeira metade de temporada impressionante pelo seu vigor físico e poder de chute de fora da área.

Como referência, outro nome que vem arrancando muitos elogios de Spalletti, da imprensa e da torcida napolitana é o atacante nigeriano Victor Osimhen, de 24 anos. O jogador é o artilheiro da Serie A com 12 gols, além de três assistências, e ainda lidera as estatísticas de finalizações certas no gol da competição, com 22 arremates, ao lado de Lautaro Martínez, da Inter de Milão.

Na goleada diante da Juve, Osimhen reforçou o poder que o grupo têm demonstrado durante a temporada e projetou resultados positivos nas competições. “Sempre digo que temos um grande elenco, com jogadores de qualidade. É claro, não podemos ignorar a qualidade dos jogadores que a Juventus possui. Foi uma boa luta e estou feliz que saímos vencedores. Precisamos continuar assim. O caminho é muito longo, precisamos continuar seguindo as instruções do técnico e acho que, no fim da temporada, teremos uma boa chance”, disse o artilheiro.

Chance de ouro

Quem acha que as peças se encaixaram do dia para a noite no elenco de Spalletti se engana. Como todo bom trabalho, é preciso de tempo para acertar e errar até achar a estrutura que mais funciona no time. A chegada do experiente treinador em 2021 parecia ser uma contramão com o projeto anterior, que tinha o ex-jogador Gattuso no comando técnico, que vivia ali apenas seu segundo trabalho em uma grande equipe de futebol.

Após resultados ruins em 2019/2020, que deixou o Napoli fora da Liga dos Campeões, Luciano Spalletti iniciou sua trajetória em 2021/2022 e cravou uma 3ª posição na Serie A, atrás apenas do Milan, campeão, e da Inter, vice. E de uma temporada para a outra o técnico italiano precisou adaptar o seu estilo de jogo para um elenco com muitas caras novas, o que torna o trabalho atual ainda mais impressionante. Nomes marcantes do clube como o zagueiro Koulibaly, e os atacantes Mertens e Insigne, deixaram o clube no fim da última temporada.

No lugar deles, nomes mais frescos como Kvaratskhelia, Osimhen e o zagueiro sul coreano Kim Min-jae potencializam os objetivos do treinador e tornam esse estilo de jogo intenso ainda mais letal. Estatísticas na Serie A retratam bem esse cenário. O Napoli é o time com mais posse de bola na média, 33 minutos por jogo, mais gols (44), mais assistências geradas (36) e mais finalizações (319). Tudo isso em 18 jogos, o que não é nem metade da temporada da liga.

O Napoli também se tornou o segundo clube na história a vencer 13 dos 15 primeiros jogos da Liga. O outro foi, justamente, a Juventus.

E a goleada sobre a Juve é um dos sinais mais fortes de que esta temporada pode ser uma virada de chave na história da torcida napolitana. São 33 anos longe do posto mais alto da tabela e frustrações acumuladas nos últimos anos, algumas justamente contra a Juventus. Isso aconteceu em 2016/17, quando a Napoli chegou a marcar 94 gols e ainda assim terminou em 3º, e em 2017/18, quando foi vice para a Juve de Turim por apenas quatro pontos.

Elenco do Napoli comemora goleada diante da Juventus (Foto: Divulgação/Serie A)

A possível conquista do Scudetto também pode marcar na história do clube de Nápoles uma geração campeã que não acontece há muitas décadas. A mais recente de todas – e talvez a maior – foi a geração de década de 1980, comandada por ninguém mais que Diego Armando Maradona.O ídolo do

Napoli, que batizou o estádio após sua morte, deu à equipe dois campeonatos italianos (1986/87 e 1989/90), uma Liga Europa (1988/89) e uma Supercopa da Itália em 1990. Após essa era, apenas três Copas da Itália, em 2011/12, 20013/14 e 2019/20. Mesmo assim, a Serie A segue sendo o maior desejo da torcida, que terá que esperar até junho para saber se o título será conquistado. Ainda faltam 20 rodadas do campeonato italiano desta temporada. 

Reestruturação e o ‘efeito De Laurentiis’

Da era Maradona até o atual time de Spalletti, surge uma figura no clube que se torna fundamental para ajustar os rumos dos Gli Azzurri e salvar a equipe da falência. Em 2004 o Napoli foi condenado pelo Tribunal de Comércio de Nápoles oficialmente falido. A dívida na época girava em torno de 70 milhões de euros, números hoje bem menos impactantes. 

Com o Napoli em apuros, o cineasta e torcedor do Napoli Aurelio De Laurentiis resolveu comprar o clube, quitando as dívidas, e refundou a equipe como Napoli Soccer. Segundo as declarações do cineasta à época, era impensável pensar Nápoles sem um clube de futebol. O Napoli teve que recomeçar pela terceira divisão e, em 2007, retornou à elite e finalmente voltou a se chamar Società Sportiva Calcio Napoli.

De lá para cá, teve nomes relevantes para o futebol mundial, por mais que as boas gerações não tenham se convertido em títulos. Ezequiel Lavezzi, Marek Hamsik e Edinson Cavani foram os primeiros nomes de destaque internacional do Napoli desde o começo da ‘era De Laurentiis’. Depois, vieram os já citados Insigne, Koulibaly, Mertens… todos com passagens marcantes ao lado de treinadores como Maurizio Sarri – lançado para a Europa pelo Napoli – e Rafa Benítez. Nenhum deles tirou os napolitanos da fila.

Agora, o grande desafio de Spalletti e do próprio De Laurentiis é, além do sucesso nesta temporada, projetar a estruturação da equipe para os próximos passos. Nomes jovens do clube como Kvaratskhelia, Osimhen e Kim Min-jae, se somando a outras promessas da equipe, já estão na mira de gigantes europeus. E o mercado está cada vez mais cruel para quem precisa de dinheiro em caixa para construir grandes elencos.

Aurelio De Laurentiis (Foto: Reprodução/Twitter)

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