O ex-deputado estadual Edegar Pretto (PT-RS), candidato derrotado ao governo gaúcho nas eleições do ano passado, foi nomeado presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O nome de Pretto foi aprovado pelo Conselho de Administração da Conab. O ex-deputado é muito ligado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mas enfrenta resistência de alguns setores do agronegócio.
A nomeação de Pretto dependeu de modificações feitas no estatuto da Conab, que passou a incluir novos critérios de elegibilidade de sua diretoria-executiva. As mudanças foram aprovadas na segunda-feira (20/3).
Pretto agradeceu a Lula e informou que participará do lançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com investimentos previstos de R$ 500 milhões.
“Eu quero agradecer ao presidente Lula por ter delegado a mim essa grandiosa tarefa de colocar em prática um dos seus maiores compromissos, que é garantir viabilidade econômica a todos os agricultores do Brasil que optarem por produzir comida”, afirmou o novo presidente da Conab.
Formado em gestão pública, Edegar Pretto foi presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Ele foi deputado estadual por três mandatos. Na disputa pelo governo do estado, em 2022, não foi para o segundo turno.
“A ideologia não pode interferir nas políticas públicas de maneira deletéria”, alertou o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, em entrevista recente ao Metrópoles. “O que me importa é que esses líderes vejam o setor como uma alavanca para o desenvolvimento do Brasil e não olhem para esse ou aquele pedaço do país, para esse ou aquele segmento mais radical, com uma visão ideológica.”
Rodrigues destacou a importância da Conab para a agricultura brasileira. “É um organismo de inteligência fundamental para a agricultura. Os dados sobre levantamento de safras e a formulação de políticas públicas são a base da agricultura. Seria muito importante que esse órgão ficasse no Ministério da Agricultura, no qual há essa formulação de políticas de produção.”