InícioEditorialPolítica NacionalSTF inicia votação que pode flexibilizar Lei das Estatais

STF inicia votação que pode flexibilizar Lei das Estatais

Ministro Ricardo Lewandowski, relator da matéria, deu voto parcialmente contrário às restrições impostas; PGR também se manifestou de maneira favorável a alteração da atual legislação

Nelson Jr./SCO/STF – 08/11/2022

Ministro Ricardo Lewandowski durante sessão da 2ª turma do Supremo Tribunal Federal

O Supremo Tribunal Federal (STF) passou a julgar na última sexta-feira, 11, as regras da Lei das Estatais, que proíbem a nomeação de políticos para a direção de empresas. O relator, ministro Ricardo Lewandowski, já se manifestou com voto favorável ao fim da restrição. Com isso, a Corte irá julgar se a lei permanecerá como está, se terá modificações ou, eventualmente, será derrubada. “Essa matéria será examinada pelo plenário do STF. No plenário virtual, é possível que alguém peça destaque e a matéria seja discutida no plenário físico. A nossa posição como relator, de certa maneira, coincide com o parecer do Procurador-Geral da República, que entendeu que determinadas restrições eram irrazoáveis e desproporcionais, tendo em conta o princípio republicano e a garantia na nossa Carta Magna de que todos os brasileiros possam participar da vida pública. Cada um tem a sua opinião, eu dei a minha opinião jurídica contrastando essa lei com a Constituição”, disse o relator. A votação, em tese, termina na próxima semana, no dia 14, e é aguardada com expectativa por analistas e especialistas. A Lei das Estatais, considerado por alguns como um “ganho institucional”, foi implementada após a descoberta de uma série de escândalos de corrupção e desvios na época de governos anteriores do Partido dos Trabalhadores (PT), como petrolão e mensalão. Em 2016, durante o governo de Michel Temer, foi criada a lei que estabeleceu regras e barreiras para a indicação de nomes à diretorias executivas de empresas públicas e futuros conselheiros. Entre as regras, quarentena de 36 meses e proibição de indicação de secretários e ministros de Estado. O PCdoB, no entanto, entendeu que a Lei era inconstitucional por supostamente ferir o princípio da liberdade de expressão e da igualdade e, através de uma ação impetrada no Supremo, a legenda busca a revisão da medida.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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